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Mundo automotivo
Foto: Fabio Aro/AuctionsAmerica.com
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Ferrari
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O Alfa TI marcou época por ser um carro bem equipado, amplo e muito confortável, mas foi o carro de série brasileiro mais caro depois do desaparecimento do Landau e depois perdeu este título para o Escort Conversível. Na foto, um modelo TI4 de 1981, na cor Bege Guarapari. Um exemplar de 1986, seu derradeiro ano, na cor Preto Etna. Lançado em 1974, o Alfa 2300 chegava com uma proposta curiosa: conciliar luxo, requinte e conforto com desempenho esportivo, como é regra em carros italianos - um prenúncio do que ocorreria mais tarde com o Tempra e o Marea. Na mecânica, destacavam-se os freios a disco nas quatro rodas (que só voltariam em 1991 no Opala), o câmbio de cinco marchas e o motor de 140 cv com válvulas de escapamento refrigeradas a sódio, duplo comando de válvulas e câmaras de combustão hemisféricas, mas ainda tinha só um carburador, ainda que de corpo duplo. O manual recomendava abastecer com gasolina azul (de maior octanagem) por causa da baixa taxa de compressão (7,5:1), a exemplo do Chevette GP II e dos Opala com motor 250-S. O conforto era valorizado pelo ar-condicionado de série, pela suspensão independente que proporcionava um rodar suave e macio, pelos bancos que podiam ser revestidos em veludo ou em couro, pelo banco traseiro com descansa-braço central e encostos de cabeça e pela cortina pára-sol traseira, a mesma que nos anos 1990 seria oferecida pelo Omega. Mas ainda faltava a direção hidráulica, o que não se justifica num carro desse padrão. Haviam cintos de segurança de três pontos tanto na frente como também para os passageiros de trás, o painel era completo, incluindo manômetro de óleo e um amplo conta-giros, o lavador do pára-brisa era acionado por uma bomba de pressão que também acionava o limpador e o volante era de três raios com aro de plástico que imitava madeira. Como nem tudo é perfeito, o ar-condicionado deste modelo de luxo era do tipo caixote, anti-estético e que distribui o fluxo frio de forma deficiente. A velocidade máxima era de 170 km/h e acelerar de 0 a 100 levava 12 s, marcas normais para um carro de uma tonelada e meia de peso daquele tempo. Esses números estavam em equilíbrio com o de outros carros do mesmo porte, como os Opala de 6 cilindros e os Dodge com motor V8. Uma outra vantagem do Alfa era o tanque de combustível com capacidade para 100 litros, útil em tempos de crise do petróleo e depois quando os postos fechavam nos fins de semana e a noite. Os seus concorrentes mais próximos em mercado eram o Dodge Gran Sedan e o Opala Gran Luxo, e em status eram os Galaxie/Landau, bem mais caros e que atraíam mais aos fãs de carros americanos. A segurança também era destaque do Alfa Romeo, cuja carroceria tinha zonas de deformação que se comprimiam em caso de acidente, beneficiando os ocupantes e a rigidez torcional também era das melhores. Em 1975, nenhuma alteração significativa. Para 1976, chegavam a versão B, o volante com regulagem de altura (que só voltaria a produção nacional em 1988 nas linhas Monza e Opala), comandos reposicionados, novo painel com iluminação verde, maçanetas externas embutidas, e na mecânica, dois carburadores, novos coletores e comando de válvulas para adaptar-se ao uso da gasolina amarela, novos braços de direção para deixar o volante mais leve e suspensão mais macia e silenciosa com novos amortecedores, buchas e molas. Para o ano seguinte chegou a versão TI, com painel completo e revestido em mogno legítimo, sistema de som com antena elétrica, além dos já mencionados ar-condicionado e banco traseiro com encostos de cabeça, descansa-braço e cintos de três pontos. Por fora, as novidades dessa versão eram garras de borracha nos pára-choques, luzes direcionais no dianteiro, grade com frisos cromados e o trevo de quatro folhas na coluna traseira, mais conhecido como quadrifoglio. O motor tinha dois carburadores, que aumentavam a potência para 149 cv e o torque para 23 mkgf, com o que esta versão do Alfa fazia 175 km/h de velocidade máxima e 11 s para acelerar de 0 a 100 km/h. Para 1978, a produção foi transferida de Duque de Caxias(RJ), na Baixada Fluminense, para Betim(MG), na região metropolitana de Belo Horizonte, onde passou a ser feito pela Fiat. Chegaram melhorias em nível de ruído e proteção contra corrosão mas o preço aumentou, perdendo apenas para os Galaxie/Landau da Ford. O Opala e os Dodges ainda eram bem mais baratos. Para a linha 1979, nenhuma evolução mais representativa. Em 1980, as novidades eram pintura preta na coluna traseira no TI, novos pára-choques pretos e a esperada oferta de direção hidráulica, bem-vinda num carro dessa categoria e há muito tempo solicitada pelos compradores, mas que se destacava pelo conforto nas manobras e pela firmeza em velocidade, a exemplo da que seria oferecida pelo Santana mais tarde. O TI a gasolina com dois carburadores passou a ser chamado TI-4. Em 1981, a novidade era a oferta de motor a álcool, que já existia no Opala e no Landau, mas não foi bem aceita. Se diferenciava da versão a gasolina por ter um só carburador. Neste ano o Alfa ficou ainda mais caro, pois passava a oferecer comando elétrico para vidros, travas e retrovisores, itens oferecidos pouco antes pelo então recém-lançado Del Rey, mas não havia opção de transmissão automática. No ano seguinte, não houveram grandes alterações. Em 1983, o Alfa passou a ser disponível só na versão TI-4 e tornou-se o carro de série mais caro do Brasil, uma vez que o Landau saiu de linha e a versão TI, movida a combustível vegetal, foi um fiasco. Em 1984, não houveram alterações significativas. Para a linha 1985, as novidades eram grade dianteira redesenhada, novos pára-choques envolventes e lanternas traseiras maiores com as luzes de direção e de ré na parte de cima, sendo aquelas em tom âmbar para atender a legislação. As mudanças não serviram para alterar o aspecto pesado do carro. Neste ano, o Alfa perdeu o título de carro brasileiro mais caro para o Escort Conversível. Em 1986, a produção baixou para apenas duas unidades por dia. Em setembro o Alfa saiu de linha, pois as versões TI-4 movidas a gasolina eram as mais procuradas num tempo em que o álcool reinava, o estilo já estava desgastado e a estratégia da montadora ítalo-mineira, de se focar em modelos rentáveis, ajudou a matar o Alfa. Esta foi a segunda saída de linha de um carro no mesmo ano, uma vez que o Corcel fora descontinuado em julho, e em outubro e dezembro seguintes, Fusca e Fiat 147 deram adeus, nesta ordem. Com essas mudanças, o Opala tornou-se o único carro brasileiro de grande porte e o Chevette se tornou o carro nacional mais barato.