Imagen 10 de 30 de la galería de Casa D&C / Diego Alcântara. Fotografía de Mak Cezar
Alcantara è un municipio dello Stato del Maranhão, fa parte della Região Metropolitana de São Luis. La sua popolazione conta circa 22 mila abitanti, distribuiti su una superficie di 1457,96 km². Famosa per i suoi edifici storici, Alcantara, nel 1948, è stata proclamata “Città Monumento Nazionale”.
A primeira loja “Casa do Povo d’Alcantara” abriu as suas portas em Abril de 1899, num gaveto entre a Rua do Livramento (actual Rua Prior do Crato) e a Rua Cascaes (actual Rua João de Oliveira Miguens). 13 de Abril de 1899 1905 Este estabelecimento era propriedade de João de Oliveira Miguens (1867-1907), figura destacada do directório do “Partido Republicano Português”, Grão-Mestre da Maçonaria e que, em 1902, por ocasião do Convénio, organizou uma tentativa de levantamento armado em Alcântara. Assim se explica que pouco depois da implantação da Republica, em 1910, julgou por bem a Câmara Municipal de Lisboa atribuir o seu nome a uma Rua adjacente à sua antiga propriedade. João Oliveira Miguens (1867-1907) A “Casa do Povo d’Alcântara” era uma loja de piso térreo e que comercializava, sobretudo, tecidos e roupas, além de alfaiataria e camisaria, e em que os seus os fregueses recebiam pratos-brinde executados pela Fábrica de Louça de Alcântara, fundada em 1885. No dia 18 Fevereiro de 1905 foi a esta a casa comercial que Manuel Gourlade, tesoureiro do “Grupo Sport Lisboa” pagou 12 mil réis, pela compra das primeiras 12 camisolas de flanela vermelha para o clube, fundado, em Belém, menos de um ano antes, em 28 de Fevereiro de 1904. A factura ainda existe e tem um merecido lugar de destaque no acervo do actual “Museu Cosme Damião”, do “Sport Lisboa e Benfica”. Entretanto, com a morte de João de Oliveira Miguens em 7 de Janeiro de 1907, a loja "Casa do Povo d'Alcantara" é demolida e é iniciada, em 1906, a construção, a cargo de Guilherme Francisco Baracho, de um novo e grandioso edifício em ferro e betão, com projecto dos arquitectos franceses Ch. Vieillard e F. Touzet, que demorou 14 meses e cujo custo, «comprehendendo o edificio, mobiliario, installações, etc., orça por uns cem contos de réis.». As instalações eléctricas ficaram a cargo de Alfredo de Brito. Recordo que tanto os arquitectos como o construtor, foram, igualmente, responsáveis pela construção da garagem “Auto-Palace” na Rua Alexandre Herculano e inaugurada em 1908. “Casa do Povo d’Alcantara”, aquado da sua inauguração em 21 de Junho de 1907 8 de Agosto de 1907 Este novo edifício, e nova "Casa do Povo d'Alcantara", inaugurado em 21 de Junho de 1907, era propriedade de 32 sócios, «sendo seus directores os srs. Barroso & C.ª e José Antonio da Trindade, e formando o conselho fiscal as firmas: Oliveira Soares & C.ª, Santos Mattos & C.ª e Pacheco & Pinto.» além da mãe do falecido fundador. A gerência foi entregue a José António Trindade, que tinha sido o primeiro funcionário da antiga loja. Edifício da "Casa do Povo d'Alcantara" Localização do edifício da "Casa do Povo d'Alcantara", dentro da elipse desenhada Quanto ao edifício, o jornal “Vanguarda”, assim o descrevia: «O edificio magnifico, occupa um enorme espaço de terreno das ruas do Livramento e Cascaes, tendo onze vãos, dois dos quaes, um para a primeira rua indicada, com o nº 137, que dá acesso ao publico e outro com o nº 36, na segunda, para serviço do pessoal, despacho de fazendas, etc., constituindo os restantes os mostruarios externos do estabelecimento. A armação, balcões, mostruario e mais mobiliario elegantissimos, são de carvalho do norte envernizado e os sobrados, á ingleza. Ao fundo do estabelecimento ha uma larga e bem lançada escadaria desdobrada em dois lanços, que communica os tres pavimentos, vendo-se n'uma sobre-porta, á direita, o retrato do fundador da casa. No primeiro pavimento acham-se installadas as secções de modas, fanqueiro, retrozeiro, perfumaria, luvaria, gravataria, etc., no segundo os de alfaiataria, camisaria, sapataria, chapelaria e sombreireiro, e no terceiro tudo quanto constitue a guarnição d'uma casa, desde a sala até á cozinha. Pela porta da rua Cascaes entra-se para os despachos de fazenda, no pavimento terreo e no primeiro andar; e para os escriptorios e administração, no segundo andar.» Lateral (à esquerda na foto) para a Rua de Cascaes Cupão de desconto 22 de Dezembro de 1907 Última referência publicitária a que tive acesso, no Almanaque do jornal “O Mundo” para 1913 A existência da “Casa do Povo d’Alcântara”, não foi muito longa e, depois de encerrada e o seu interior ser profundamente transformado, tornou-se no café-concerto “Rialto”, inaugurado em 12 de Junho de 1937 e propriedade da firma “Tavares & Ferreira, Ltda.”. A sua existência foi ainda mais curta. 11 de Junho de 1937 1937 Se a existência da “Casa do Povo d’Alcântara”, não foi muito longa, então a do “Rialto” … e em 18 de Setembro de 1942, é fundado o “Atlético Club de Portugal”, fruto da fusão entre o “Carcavelinhos Football Club” e o “União Foot-ball Lisboa”, e instala a sua sede no edifício onde tinha funcionado a “Casas do Povo d’Alcântara” e o “Rialto”, razão pela qual, ainda hoje, este edifício é designado, oficialmente, por “Edifício do Atlético Clube de Portugal”. Em 1945, o “Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa” compra o edifício promovendo um projeto de remodelação da responsabilidade do arquitecto António Lino que, entre outras alterações transformará as antigas portas do piso térreo em montras. Em 1990, é a vez da “Escola Superior de Artes Decorativas” da “Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva” instalar-se nos pisos superiores onde ainda hoje se mantém. fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais), Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Municipal de Lisboa, Biblioteca Nacional Digital
Imagem 24 de 28 da galeria de Casa Paixão / Diego Alcântara - Studio A108 Arquitetura. Fotografia de Mak Cezar
Imagem 22 de 30 da galeria de Casa D&C / Diego Alcântara. Planta Baixa
Imagen 12 de 30 de la galería de Casa D&C / Diego Alcântara. Fotografía de Mak Cezar
Alcantara è un municipio dello Stato del Maranhão, fa parte della Região Metropolitana de São Luis. La sua popolazione conta circa 22 mila abitanti, distribuiti su una superficie di 1457,96 km². Famosa per i suoi edifici storici, Alcantara, nel 1948, è stata proclamata “Città Monumento Nazionale”.
Imagem 22 de 30 da galeria de Casa D&C / Diego Alcântara. Planta Baixa
Alcantara è un municipio dello Stato del Maranhão, fa parte della Região Metropolitana de São Luis. La sua popolazione conta circa 22 mila abitanti, distribuiti su una superficie di 1457,96 km². Famosa per i suoi edifici storici, Alcantara, nel 1948, è stata proclamata “Città Monumento Nazionale”.
Imagem 18 de 30 da galeria de Casa D&C / Diego Alcântara. Fotografia de Mak Cezar
A primeira loja “Casa do Povo d’Alcantara” abriu as suas portas em Abril de 1899, num gaveto entre a Rua do Livramento (actual Rua Prior do Crato) e a Rua Cascaes (actual Rua João de Oliveira Miguens). 13 de Abril de 1899 1905 Este estabelecimento era propriedade de João de Oliveira Miguens (1867-1907), figura destacada do directório do “Partido Republicano Português”, Grão-Mestre da Maçonaria e que, em 1902, por ocasião do Convénio, organizou uma tentativa de levantamento armado em Alcântara. Assim se explica que pouco depois da implantação da Republica, em 1910, julgou por bem a Câmara Municipal de Lisboa atribuir o seu nome a uma Rua adjacente à sua antiga propriedade. João Oliveira Miguens (1867-1907) A “Casa do Povo d’Alcântara” era uma loja de piso térreo e que comercializava, sobretudo, tecidos e roupas, além de alfaiataria e camisaria, e em que os seus os fregueses recebiam pratos-brinde executados pela Fábrica de Louça de Alcântara, fundada em 1885. No dia 18 Fevereiro de 1905 foi a esta a casa comercial que Manuel Gourlade, tesoureiro do “Grupo Sport Lisboa” pagou 12 mil réis, pela compra das primeiras 12 camisolas de flanela vermelha para o clube, fundado, em Belém, menos de um ano antes, em 28 de Fevereiro de 1904. A factura ainda existe e tem um merecido lugar de destaque no acervo do actual “Museu Cosme Damião”, do “Sport Lisboa e Benfica”. Entretanto, com a morte de João de Oliveira Miguens em 7 de Janeiro de 1907, a loja "Casa do Povo d'Alcantara" é demolida e é iniciada, em 1906, a construção, a cargo de Guilherme Francisco Baracho, de um novo e grandioso edifício em ferro e betão, com projecto dos arquitectos franceses Ch. Vieillard e F. Touzet, que demorou 14 meses e cujo custo, «comprehendendo o edificio, mobiliario, installações, etc., orça por uns cem contos de réis.». As instalações eléctricas ficaram a cargo de Alfredo de Brito. Recordo que tanto os arquitectos como o construtor, foram, igualmente, responsáveis pela construção da garagem “Auto-Palace” na Rua Alexandre Herculano e inaugurada em 1908. “Casa do Povo d’Alcantara”, aquado da sua inauguração em 21 de Junho de 1907 8 de Agosto de 1907 Este novo edifício, e nova "Casa do Povo d'Alcantara", inaugurado em 21 de Junho de 1907, era propriedade de 32 sócios, «sendo seus directores os srs. Barroso & C.ª e José Antonio da Trindade, e formando o conselho fiscal as firmas: Oliveira Soares & C.ª, Santos Mattos & C.ª e Pacheco & Pinto.» além da mãe do falecido fundador. A gerência foi entregue a José António Trindade, que tinha sido o primeiro funcionário da antiga loja. Edifício da "Casa do Povo d'Alcantara" Localização do edifício da "Casa do Povo d'Alcantara", dentro da elipse desenhada Quanto ao edifício, o jornal “Vanguarda”, assim o descrevia: «O edificio magnifico, occupa um enorme espaço de terreno das ruas do Livramento e Cascaes, tendo onze vãos, dois dos quaes, um para a primeira rua indicada, com o nº 137, que dá acesso ao publico e outro com o nº 36, na segunda, para serviço do pessoal, despacho de fazendas, etc., constituindo os restantes os mostruarios externos do estabelecimento. A armação, balcões, mostruario e mais mobiliario elegantissimos, são de carvalho do norte envernizado e os sobrados, á ingleza. Ao fundo do estabelecimento ha uma larga e bem lançada escadaria desdobrada em dois lanços, que communica os tres pavimentos, vendo-se n'uma sobre-porta, á direita, o retrato do fundador da casa. No primeiro pavimento acham-se installadas as secções de modas, fanqueiro, retrozeiro, perfumaria, luvaria, gravataria, etc., no segundo os de alfaiataria, camisaria, sapataria, chapelaria e sombreireiro, e no terceiro tudo quanto constitue a guarnição d'uma casa, desde a sala até á cozinha. Pela porta da rua Cascaes entra-se para os despachos de fazenda, no pavimento terreo e no primeiro andar; e para os escriptorios e administração, no segundo andar.» Lateral (à esquerda na foto) para a Rua de Cascaes Cupão de desconto 22 de Dezembro de 1907 Última referência publicitária a que tive acesso, no Almanaque do jornal “O Mundo” para 1913 A existência da “Casa do Povo d’Alcântara”, não foi muito longa e, depois de encerrada e o seu interior ser profundamente transformado, tornou-se no café-concerto “Rialto”, inaugurado em 12 de Junho de 1937 e propriedade da firma “Tavares & Ferreira, Ltda.”. A sua existência foi ainda mais curta. 11 de Junho de 1937 1937 Se a existência da “Casa do Povo d’Alcântara”, não foi muito longa, então a do “Rialto” … e em 18 de Setembro de 1942, é fundado o “Atlético Club de Portugal”, fruto da fusão entre o “Carcavelinhos Football Club” e o “União Foot-ball Lisboa”, e instala a sua sede no edifício onde tinha funcionado a “Casas do Povo d’Alcântara” e o “Rialto”, razão pela qual, ainda hoje, este edifício é designado, oficialmente, por “Edifício do Atlético Clube de Portugal”. Em 1945, o “Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa” compra o edifício promovendo um projeto de remodelação da responsabilidade do arquitecto António Lino que, entre outras alterações transformará as antigas portas do piso térreo em montras. Em 1990, é a vez da “Escola Superior de Artes Decorativas” da “Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva” instalar-se nos pisos superiores onde ainda hoje se mantém. fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais), Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Municipal de Lisboa, Biblioteca Nacional Digital
Construído na 2019 na Uberlândia, Brasil. Imagens do Mak Cezar. O primeiro pedido dos proprietários ao contratar o arquiteto foi "eu quero um lar”. Essa palavra “lar” foi muito significativa, pois não foi pedida...
Image 6 of 20 from gallery of 8 Houses in Alcántara Street / Cristián Izquierdo Lehmann. Photograph by Roland Halbe
Imagen 9 de 30 de la galería de Casa D&C / Diego Alcântara. Fotografía de Mak Cezar
Joaquim Cândido Guillobel "Fiel retrato do interior de uma casa brasileira"; 1814/1816 Caio Boschi, professor da PUC-MG, realizou estudos acerca do Barroco mineiro que trazem luz sobre o trabalho de artífices no Brasil. Isso se deve a sua proposta de analisar o Barroco - que considera a primeira expressão artística brasileira - por um novo viés, qual seja, o de abandonar as tradicionais abordagens estéticas para se concentrar no contexto de produção e nas relações sociais que engendram as obras. Ele busca mapear a estrutura e a dinâmica do trabalho dos artífices, bem como as formas de consumo dos materiais por eles produzidos. Em suma, trilha outro caminho que não o da abordagem puramente artística, concentrada nas peças e obras, deixando de lado ainda a visão de foco sobre alguns personagens famosos para se voltar a um olhar maior, ou, em suas palavras, “contextualizar objetivamente a atuação do conjunto dos homens que se dedicavam às artes e aos ofícios mecânicos na região mineradora da colônia”. Carpinteiros, marceneiros e carapinas, junto com entalhadores, escultores e construtores, aparecem em evidência no estudo de Boschi. A mineração criou um universo urbano, comercial, cultural e adminstrativo à sua volta, gerador de demanda por profissionais liberais, artífices e outros trabalhadores especializados. A prevalência do trabalho escravo foi proporcionalmente menor: o trabalho livre caminhava com a urbanização. O esgotamento das minas, além disso, provocava um êxodo de mineiros desiludidos para as cidades, compondo um contingente de trabalhadores livres. Estudos demográficos mais recentes demonstram a expressiva presença de trabalhadores livres atuantes nos setores secundário e terciário. Parte dessa população de mecânicos era itinerante, sempre em busca das melhores oportunidades de trabalho. Mesmo entre os escravos as condições eram diferentes: encontravam, na região das minas, maior mobilidade social e maior facilidade para obter a liberdade. Em função de todas essas situações, o trabalho manual, em geral desvalorizado nas outras partes da colônia, ganhou na região das minas um valor socialmente relevante, do qual mulatos se aproveitaram para obter reconhecimento. Destreza, habilidade e senso estético eram valores relevantes na qualificação dos trabalhadores, conferindo estima, distinção e prestígio e afastando da marginalização. Uma das marcas do trabalho dos artífices em Minas era seu caráter “liberal”. Os artesãos eram “livres para trabalhar e vender os seus produtos ou mesmo sua força de trabalho”, desembaraçados de instituições, regras e leis. Determinava o processo produtivo as forças do mercado, às quais eles se relacionavam diretamente. O espírito corporativista que regia as atividades mecânicas na Europa fracassou na região das minas. Ali os artesão não se aliavam em cooperativas, nem subdividiam a produção. O indivíduo em geral trabalhava sozinho, do começo ao fim do serviço, secundado apenas pelos seus ajudantes. Não havia a hierarquia rígida que marcava essas atividades na Europa, e a figura do mestre quase inexistia. O sistema de aprendizado era menos rígido e formal que no Velho Mundo, onde se desenvolvia segundo ritos e sistemas. Em suma, em Minas inexistiram as corporações de ofício, uma vez que a proteção que elas conferiam aos artesãos era desnecessária frente a um cenário de demanda perene. Quando se tratava de proteção mútua, os brasileiros preferiam as Irmandades leigas e Confrarias de cunho religioso, que não levavam em conta critérios profissionais como condições de filiação. É necessário ressalvar, ainda, que já na Península Ibérica as corporações de ofício funcionavam sem grande entusiasmo. Esse modelo de organização do trabalho mecânico em Minas não pode ser tomado como regra para toda a colônia, mas parece certo que a rigidez que marcou a atividade na Europa medieval e moderna não vingou no Brasil. Ainda que não tão liberal quanto na região das minas, onde a demanda aquecida pela rápida urbanização criou condições singulares, as dificuldades de fiscalização, frente à vastidão do território, e o próprio escravismo, que subverteu a organização corporativa das atividades artesanais, impediu que aqui se reproduzissem as condições originais. Tilde Canti reservou uma seção de sua obra sobre o móvel no Brasil para tratar do seu processo de produção. Ela cita inúmeros documentos que fazem referência a carpinteiros, marceneiros e entalhadores, tentando evidenciar a presença deles, sua origem, quando possível, e seu local de atuação. Esse trabalho tenta observar o trabalho dos artífices em escala “nacional”. Os colonizadores e donatários traziam artífices para o Brasil, entre eles carpinteiros, marceneiros e entalhadores. Muitos executavam serviços para igrejas e ordens religiosas, ações bem documentadas nos livros dessas intituições. Serviços para particulares aparecem menos, sugerindo informalidade nos contratos. Muitos carpinteiros e marceneiros saíam de Portugal portando certificados de suas habilidades, provenientes principalmente da cidade de Porto e do Norte de Portugal. Ao chegarem, solicitavam permissão para executar seus ofícios no Brasil. Esses documentos permitem mapear a saída e a trajetória profissionais. Na Bahia do século XVIII, como forma de obter a licença para trabalhar, os artífices brasileiros e portugueses deviam se submeter a um exame, que consistia de um questionário sobre o ofício e a execução de uma peça (tamborete, retábulo, caixa e malhete). Se aprovados, era-lhes permitido oficiar em suas “tendas”: os que eram enquadrados como marceneiros podiam executar em obra preta e branca; os definidos como carpinteiros apenas em obra branca (obra preta: móveis; obra branca: carpintaria de construção). Essa divisão não foi respeitada, frente à referida dificuldade de fiscalização. Esse mesmo processo de qualificação era efetuado em Minas Gerais, segundo Caio Boschi, e da mesma forma ignorado. Os juízes responsáveis pela avaliação das peças apresentadas pelos candidatos, chamados “juízes de ofício”, eram eleitos entre os artesão mais experientes. Havia ainda mestres religiosos e leigos que trabalhavam somente para igrejas e ordens, e não eram registrados. O escravismo, como foi dito, também foi um fator que modificou muito a organização do trabalho de artífices no Brasil. Haviam regulamentações para afastar negros e escravos do ofício: não era permitido aos artífices tomar aprendizes negros, somente brancos e mulatos forros; negros não podiam prestar o exame de credenciamento do ofício senão brancos e mulatos forros. No entanto, a falta de fiscalização, aliada ao isolamento das fazendas, fez com que negros escravos e índios fossem aproveitados para o serviço de marcenaria. (CANTI, 1985 – p. 80). O hábito de se empregar escravos como ajudantes acabava por dar-lhes a oportunidade de se aperfeiçoar nos ofícios. Aleijadinho, por exemplo, servia-se da ajuda de dois escravos, Maurício e Agostinho, a quem tratava como meeiros. Muitos desses escravos acabaram conquistando a liberdade por meio de suas proezas técnicas, tornando-se negros forros vivendo de seus ofícios. (BOSCHI, 1988 – p. 34). No borrador de Antônio Gomes Ferrão Castelo Branco, senhor de engenhos do final do século XVIII da Bahia, encontra-se uma curiosa referência a um escravo artesão. Trata-se de descrição feita por ele de um escravo fugido: “Marceneiro, entalhador, torneiro e oficial de fazer engenhos. Teve bexigas de que lhe ficaram bastantes sinais; a cor é fixamente preta. Não se lhe falta dente algum; tem alguma coisa de cavalgador, a fala é fina, não é gordo, nem magro; pernas magras e representa 30 para 40 anos sem cabelos brancos. Toca viola a cujo som recita alguns tonilhos castelhanos. É inclinado a Baco, mas não tanto quanto a Vênus de que foi sempre inseparável. Sabe ler e escrever, mas já com óculos, e traz a sua vida por ele mesmo.” (PRIORE, 1997 – p.292) No Cartório da cidade de Alcântara, nos fragmentos de um livro de transcrição do penhor de escravos, encontra-se breve referência a escravos artífices. Em 3 de setembro de 1867 a Fazenda Pública Provincial do Maranhão tornou-se credora de Antônio Florêncio Alves Serrão. Como garantia o devedor ofereceu, além de “huma situação com um quarto de terra em quadro, com utensílios”, mais “cinco escravos”. Segue o documento enumerando e descrevendo os escravos penhorados: “1 - Raimundo preto solteiro, oficial de carapina de 25 annos – 2 José preto solteiro e sem offício de 12 annos – 3 Evaristo preto casado official de ferreiro de 30 annos, 4 – Isaías, digo Elias preto solteiro roceiro de 30 annos; 5 – Gertrudes preta solteira de 30 annos.” O IPHAN e o Museu da Inconfidência publicaram levantamentos sobre o tema: “Carpinteiros e Marceneiros em Minas Gerais” (Anuário do Museu da Independência, Ouro Preto, 1954), “Documentos sobre artífices e oficiais na região de Ouro Preto e Mariana” (mesma publicação e ano) e “Oficiais mecânicos em Vila Rica”, trabalho de Salomão Vasconcelos, publicado na revista do Iphan nº 4. Até onde nossas pesquisas nos levaram, não detectamos trabalhos semelhantes em relação ao Maranhão. Bibliografia BOSCHI, Caio C. O Barroco Mineiro: Artes e Trabalho. São Paulo: Editora Brasiliense, 1988. CANTI, Tilde. O móvel no Brasil: Origens, evolução e características. Rio de Janeiro: Cândido Guinle de Paula Machado, 1985. PRIORE, Mary Del. Ritos da Vida Cotidiana. In: SOUZA, Laura de Melo e (Org.) História da Vida Privada no Brasil, vol. 1. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. Imagem: http://www.casaruibarbosa.gov.br/oprazerdopercurso/costumes.htmPesquisa e texto: Daniel Rincon Caires
Mais um pouco das férias pelo Maranhão. As peripécias de uma família que adora viajar de carro pelo Brasil!
Alcantara è un municipio dello Stato del Maranhão, fa parte della Região Metropolitana de São Luis. La sua popolazione conta circa 22 mila abitanti, distribuiti su una superficie di 1457,96 km². Famosa per i suoi edifici storici, Alcantara, nel 1948, è stata proclamata “Città Monumento Nazionale”.
Imagen 15 de 30 de la galería de Casa D&C / Diego Alcântara. Fotografía de Mak Cezar
Imagen 17 de 30 de la galería de Casa D&C / Diego Alcântara. Fotografía de Mak Cezar
Construído na 2019 na Uberlândia, Brasil. Imagens do Mak Cezar. O primeiro pedido dos proprietários ao contratar o arquiteto foi "eu quero um lar”. Essa palavra “lar” foi muito significativa, pois não foi pedida...
Construido en 2015 en Uberlândia, Brasil. Imagenes por Mak Cezar. El concepto que prevalece en el proyecto se estableció mediante la recopilación de elementos que proporcionen bienestar y comodidad a la familia,...
Image 33 of 33 from gallery of Apartment in Alcantara / BOMO Arquitectos. Planta - Proposta
Der Architekt Antonio G. Martiniello fand in der Via Foria ein Zuhause, das so ist wie Neapel: kein erstarrtes Museum, sondern ein Ort lebendiger Brüche.
sunset in Valencia de Alcantara, Cáceres, Extremadura, Spain
Imagen 7 de 30 de la galería de Casa D&C / Diego Alcântara. Fotografía de Mak Cezar
Completed in 2019 in Lisbon, Portugal. Images by do mal o menos. This small apartment is situated in a building constructed in 1962, designed by Lisbon architects António do Couto Martins (1897-1970) and Frederico...
The Convent of São Pedro de Alcântara is a beautiful Baroque church in the Bairro Alto district of Lisbon dating from the 17th century.
Explore marbellasunrentals' 290 photos on Flickr!
Santa Casa da Misericordia, Alcântara, Lisbon, Portugal Submitted by embuenosaires Harmonious symmetry in a Lisbon frontage.
Alcantara è un municipio dello Stato del Maranhão, fa parte della Região Metropolitana de São Luis. La sua popolazione conta circa 22 mila abitanti, distribuiti su una superficie di 1457,96 km². Famosa per i suoi edifici storici, Alcantara, nel 1948, è stata proclamata “Città Monumento Nazionale”.
Image 30 of 33 from gallery of Apartment in Alcantara / BOMO Arquitectos. Photograph by do mal o menos
Imagem 5 de 30 da galeria de Casa D&C / Diego Alcântara. Fotografia de Mak Cezar
Un paseo por los pueblos extremeños más encantadores
Image 3 of 33 from gallery of Apartment in Alcantara / BOMO Arquitectos. Photograph by do mal o menos