“Cada ser é uma flor a desabrochar sob a luz da consciência do outro” (Paule Salomon) Na psicoterapia de base junguiana o primeiro passo dado no processo de ampliação da consciência é o estabelecimento do contato com a persona e com a sombra. O simples fato de reconhecermos o uso de máscaras sociais, chamadas por Jung de persona, nos conduz à importante ideia de que há muita coisa por de trás delas, muita coisa que queremos ou aprendemos que devemos ocultar em nome da adaptação social. Os aspectos reprimidos em prol da aceitação compõem o que Jung chamou de sombra. Se por um lado, "só se alcança o objetivo social com sacrifício da totalidade da personalidade" (Jung, A Natureza da Pique, p. 344); por outro, tudo aquilo que foi sacrificado e reprimido não deixa simplesmente de existir. A sombra, continua atuando em nossas vidas de forma inconsciente. "São muitos - muitíssimos - os aspectos da vida que poderiam ser igualmente vividos, mas jazem no depósito de velharias, em meio a lembranças recobertas de pó; muitas vezes, no entanto, são brasas que continuam acesas por debaixo de cinzas amarelecidas" (Jung, A Natureza da Pique, p. 344). Persona e sombra guardam entre si uma estreita relação e no livro “Jung. O Mapa da Alma”, Murray Stein explica muito bem essa importante vinculação: “A sombra e a persona são ‘pessoas’ estranhas ao ego que habitam a psique junto com a personalidade consciente que nós próprios sabemos ser. Há a ‘pessoa pública’ e oficial a que Jung chamou de persona, a qual está mais ou menos identificada com a consciência do ego e forma a identidade psicossocial do indivíduo. E, no entanto, é também, tal como a sombra, alheia ao ego, embora o ego se sinta mais à vontade com a persona pelo fato de ela ser compatível com normas e costumes sociais. A personalidade da sombra não está visível e só aparece em ocasiões especiais. O mundo ignora, em maior ou menor grau, a existência dessa pessoa. A persona está muito mais em evidência. Ela desempenha um papel oficial, cotidiano, de adaptação ao mundo social. Sombra e persona são como dois irmãos (...); uma está à vista do público, a outra está escondida e é solitária. São um estudo em contraste. Se uma é loira, a outra é morena; se uma é racional, a outra é emocional. (...) Uma complementa, ou, mais frequentemente, opõe-se à outra. Persona e sombra são usualmente o oposto mais ou menos exato da outra e, no entanto, são tão chegadas quanto o podem ser dois gêmeos” (p.100). Como o ego se sente mais à vontade com a persona e ela pode nos oferecer uma ideia mais ou menos precisa do que está oculto na sombra, é com ela que normalmente começamos o trabalho de autoconhecimento. O primeiro desafio é a desidentificação com persona, ou seja, a conscientização de que somos mais do que um "papel social" (advogado, analista, professor) ou um papel sexual (mãe, pai). É a compreensão de que somos muito mais do que aquilo que socialmente nos foi imposto, exigido ou por nós escolhido. O confronto com esta verdade abre espaço para o confronto com aquelas porções reprimidas e inconscientes, os aspectos sombrios de nossa personalidade, características/desejos/tendências que tiveram que permanecer "na sombra", na ausência da luz da consciência. Mas esse trabalho de conscientização do que foi "colocamos por debaixo do tapete", apesar de extremamente necessário para a restauração da totalidade da personalidade, não é simples, nem prazeroso. Resistir ao contato com o nosso lado escuro é quase que inevitável, pois a negação do nosso “eu inferior” é diretamente proporcional ao medo que temos da aniquilação, da rejeição e da perda do amor por parte daqueles que consideramos. A crença que subjaz a esta relutância é a de que nossa reputação e auto-estima sofrerão um golpe mortal caso os fatos verdadeiros - embora ocutos e negligenciados - de nós mesmos sejam reconhecidos. De fato poderemos sair do confronto com nossas verdades desagradáveis com uma sensação de derrotada e a acorrência dessas situações de desespero e fracasso são melhor explicadas no post "Estou me sentindo tão mal, desprezível, miserável'" - O contato errôneo e nocivo com a sombra. O importante é entender que sabotamos o nosso crescimento quando nos filiamos à ideia de que é muito alto o preço a ser pago pelo reconhecimento dos aspectos que são contrários ao nosso eu psicossocial. Mas na verdade, o preço da negação é que é exorbitante; ela nos impede de crescer e nos enclausura numa experiência rígida e unilateral da realidade (tanto interna quando externa). Por ser a sombra uma porção desconhecida, por ser bastante desagradável reconhecê-la como pertencente a nossa personalidade e por serem poderosas as defesas do eu contra a sua conscientização, não é fácil acessá-la via introspecção. O processo de reflexão sobre o que nos ocorre intimamente, a observação e descrição dos nossos conteúdos internos - pensamentos e sentimentos - nos conduzem apenas até um certo ponto, que é bem limitado. Como salientado na epígrafe desse texto, somos como uma espécie de flor a desabrochar sob a luz da consciência do outro. O que significa afirmar que a única forma de adquirimos um conhecimento aprofundado sobre nós mesmos, e principalmente sobre o nosso lado obscuro, é através do olhar do outro. Seja o analista, que pode ajudar, de forma segura e saudável, no processo de contato e conscientização da sombra; ou pessoas do nosso convívio, que, de uma forma ou de outra, estão sempre nos dando importantes feedbacks. Assim sendo, o exercício de perguntar a alguém, que tenha anos de estreita convivência conosco, sobre suas sinceras impressões ao nosso respeito é uma investida mais eficiente do que a autoanálise ou a introspecção. Refletir sobre aqueles que nos incomodam intensamente também é uma forma de, através do outro, nos conhecermos melhor. Como propõe Whitmont (e sugiro que o experimento seja feito não com um amigo, mas consigo próprio): “Peça para um amigo lhe descrever o tipo de personalidade que ele acha mais desprezível, mais insuportável, mais odiosa e de convívio mais impossível; ele descreverá as suas próprias características reprimidas – uma autodescrição que é absolutamente inconsciente e que, portanto, sempre o tortura quando ele recebe seu efeito de uma outra pessoa. Essas mesmas qualidades são tão inaceitáveis para ele precisamente porque elas representam o seu lado reprimido; só achamos impossível aceitar nos outros aquilo que não conseguimos aceitar em nós mesmo. Qualidades negativas que não nos incomodam de modo intenso ou que achamos relativamente fácil de perdoar – se é que precisamos perdoá-las – em geral não pertencem à nossa sombra” (Ao encontro da sombra, p.36). Certamente encontraremos um material muito interessante se nos aventuramos a descrever o tipo de personalidade que mais nos incomoda. Esta pessoa, inevitavelmente, refletirá a imagem que não queremos ver quando nos olhamos no espelho em busca apenas da persona e de tudo aquilo que queríamos ou deveríamos ser... Essa breve reflexão sobre o importante trabalho a ser desenvolvido com sombra e a persona pode ganhar um sentido mais concreto com as palavras de Gibran: "Um dia, muito antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!” Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim. E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. E então o sol beijou pela primeira vez minha face nua. Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!” Assim tornei-me louco. E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós". Gibran Khalil Gibran
To ask the right question is already half the solution of a problem. | Carl Jung Quote
El test de asociación de palabras de Jung es una de las pruebas psicológicas más interesantes. Se basa en la...
To promote their new film "Brother," Jo Jung Suk, Park Shin Hye, and EXO's D.O. recently shot a pictorial for Magazine M. On November 24, Magazine M posted some funny videos and photos from the filming on their Instagram. In the video, Jo Jung Suk makes some hilarious gestures and expressions while D.O. plays along
Patreon is empowering a new generation of creators. Support and engage with artists and creators as they live out their passions!
Leia as notícias sobre Já viu a nova série da Netflix com 100% de classificação? online. Receba notícias frescas e atualizadas no site Leak. Receba novas informações!
O, Caruso! by Moriz Jung. Original from the MET Museum.If you have a penchant for vintage prints, indulge in the nostalgic charm of our Vintage Collection, where you'll discover an exquisite assortment of designs that exude timeless elegance and capture the essence of the past.
If you would like to read part one, of my Pioneering Collapse series, you can do so by clicking here. This article will be a little more saucy 😂.
Patreon is empowering a new generation of creators. Support and engage with artists and creators as they live out their passions!
Get more from Lewis Lafontaine on Patreon
La serie "Parasyte: Los grises" amplía el universo del manga japonés "Parasyte" de Hitoshi Iwaaki, llevando la acción a Corea del Sur y explorando nuevos aspectos de la historia original.
the poles of the psyche are torn apart the analyst should take great care that the patient does not identify himself with one side of his conflict. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 16. When geometric symbols appear in dreams or drawings they are the original images of the primeval condition. Geometric designs may also appear if a schizophrenic destruction is threatening. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 17. Painting and drawing one's inner pictures is a form of self-enchantment for the purpose of inner change which creates what had previously been depicted. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 17. If someone has a mastery of total critical evaluation, it is possible for him to reach the processes of the unconscious through automatic writing instead of through "active imagination." ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 18. The technique of active imagination can prove very important in difficult situations -- where there is a visitation, say. It only makes sense when one has the feeling of being up against a blank wall. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 18. Active imagination is only legitimate if one is confronted with an insurmountable obstacle in a situation where no one can give advice. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 18. Active imagination and automatic writing, painting and carving pictures from the unconscious, are all indirect methods of finding out what the unconscious means. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 18. The unconscious behaves as if the laws of our world did not exist. It flies to the roof contemptuous of the laws of gravity. We must bring its demands down to earth and somehow try to realize them. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 19. It is a very real help to find an expression that combines and satisfies the demands of the inner and outer worlds, the unconscious and the conscious. That is the achievement of the so called transcendent function. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 19. The archetype signifies that particular spiritual reality which cannot be attained unless life is lived in consciousness. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 21. Archetypes are images in the soul that represent the course of one's life. One part of the archetypal content is of material and the other of spiritual origin. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 21. When all the archetypal images are properly placed in a hierarchy, when that which must be below is below, and that which must be above is above, our final condition can recapture our original blissful state. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 21. Archetypes are not matters of faith; we can know that they are there. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 21. You are quite right, the main interest of my work is not concerned with the treatment of neurosis but rather with the approach to the numinous. ~Carl Jung, Letters Vol. I, Page 377. The dissolution of our time-bound form in eternity brings no loss of meaning. Rather does the little finger know itself a member of the hand. ~Carl Jung, Letters Vol. 1, Page 343. The Bible says, "Whosoever shall say "Racha" to his brother is guilty of hellfire." If we substitute "shadow" for "brother" and implicate the dark brother within, we open out this biblical word into new perspectives. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 25. "What ye have done to the least of your brethren ye have done unto me." The least of me is my inferior function which represents my shadow- side. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 25. But what, if the inferior and neglected function expresses the will of God? ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 25. When sacrifice is demanded it frequently implies the acceptance of our shadow- side. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 25. All "good people" suffer from irritability. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 25. An alchemical text says: "The mind should learn compassionate love for the body." ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 25. The unconscious shows us the face that we turn towards it. It smiles if we are friendly to it; but if we neglect it, it makes faces at us. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 25. There are always people who want to bring light into the world because they are afraid to reach down into their own dirt. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 25. But who can be humble who has not sinned? This is why sin is so important; this is why it is said that God loves the sinner more than ninety-nine righteous men. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 25. We should not want to try to escape upward or downward from the world. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 25. The self has inconceivable powers and possibilities but it needs a world in which these powers and possibilities can become conscious. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 35. The self is not wholly personal. One has one's own personal view of it, but at the same time it is also, in a sense, more general. It is also the self of others, being greater than the individual. ~Carl Jung, Jung-Ostrowski, Page 35.
sungchan am i a joke to you
Inevitable, 2014
The work of Carl Jung is a process of constant searching, a wonderful alchemy between Analytical Psychology, Anthropology and Philosophy which has given us such interesting concepts as "the collective...
Sytuacje kryzysowe to test dla naszej siły i wytrzymałości. Nie można się poddać trzeba walczyć i mieć nadzieję. Oto cytaty o nadziei i optymizmie