Palestra do Prof. Felipe Aquino Palestra do Pe. Paulo Ricardo Imagens relativas à Solenidade de Todos os Santos:
Santa tradicional, não incluída no Martirológio Romano atual. Martirológio Romano (1956): Em Roma, Santa Sofia, Viúva, mãe das santas virgens e mártires Pistis (Fé), Elpis (Esperança) e Agape (Caridade). (c. século II). Santa Sofia, cujo nome significa “Sabedoria Divina” teve por filhas as três virgens: Fé, Esperança e Caridade, nomes escolhidos por ela no batismo, pelo amor que dedicava a essas virtudes cristãs. Santa Sofia buscou sempre a perfeição evangélica, sendo agraciada por Deus com o dom de contemplar as grandezas celestiais, educando suas filhas num reto amor pelas virtudes, numa época de intensas perseguições ao Cristianismo - por volta do século 130 d.C. Sofia e suas filhas viveram na época da perseguição do imperador romano Adriano e seu prefeito Antíoco. Sendo discípulas incondicionais de N. S. Jesus Cristo, foram presas e martirizadas, porque pregavam por toda cidade de Roma e arredores a mensagem do Crucificado. As filhas foram martirizadas na presença da mãe. Santa Sofia, cuja fé e fortaleza eram inabaláveis, animava suas filhas a perseverarem na virtude mesmo durante os bárbaros tormentos que lhe foram infligidos pelo imperador que fazendo sofrer as filhas pretendia fazer a mãe renegar sua fé cristã. Santa Fé foi a primeira a ser martirizada, sendo despida, atada de mãos e pés, cruelmente chicoteada tendo seus cotovelos e tornozelos esmagados à marteladas, em meio aos risos e injúrias do imperador; sua irmã, Santa Esperança, também despida, foi lançada lentamente numa caldeira de betume derretido; por fim, Santa Caridade, de apenas nove anos de idade, foi decapitada, seu corpo retalhado e lançado ao fogo. A santa mãe, ajudada por alguns dos presentes, enterrou os corpos de suas santas filhas, e prostrada diante do túmulo comum, rezava. Algum tempo depois Sofia morreu na paz do Senhor. Seu corpo foi enterrado pelos cristãos na mesma sepultura de suas filhas. Ela também foi mártir porque padeceu em sua alma cada um dos tormentos que suas filhas padeceram. Adriano morreu roído de podridão e de remorsos, reconhecendo que se comportara iniquamente com aquelas santas, e fora cruel com os seguidores de Cristo. Esta história se encontra recompilada na Legenda Áurea. Santa Sofia faleceu no dia 30 de setembro do ano 130, tornando-se uma das santas mais populares na Igreja do Oriente. Seu Santuário na Itália localiza-se na cidade de Poderia, Salerno, e no Brasil na cidade do Rio de Janeiro, no bairro de Cosmos, a igreja foi construída pelo então comendador Serafim Sofia, grande devoto desta santa. http://es.catholic.net/op/articulos/35108/sofa-o-sonia-santa.html http://www.paideamor.com.br/santos/santa_sofia.htm
A verdadeira felicidade exige coragem e espírito de sacrifício, rejeição de todo compromisso com o mal e disposição para pagar com a própria vida a fidelidade a Deus e aos seus Mandamentos. "Nessa tarde, em Ferriere di Conca, um maníaco sexual, aproveitando a ausência de familiares, tentou violentar uma garota de 12 anos que morava na mesma casa que ele. A menina, que se chamava Maria, reagiu às tentativas do agressor e foi morta." Fatos semelhantes a esse se tornaram frequentes em nossos dias. Para muitos, este ato vil e ignóbil, já tem a aparência de corriqueiro... E, considerando apenas a frequência com que acontecem e são noticiados, até que seria fácil considerá-los banais, caso neles não estivessem envolvidos aspectos tão graves e elevados como a vida humana, os bons costumes, a moral e os mandamentos da Lei de Deus. A notícia que transcrevemos acima pode ser tida como mera repetição: não é! Um dos aspectos que a tornam sublime é o fato de a vítima ter se transformado em exemplo: por amor a Deus, ela enfrentou seu algoz para defender sua pureza; morreu virgem. No artigo que publicamos você conhecerá o que leva essa notícia a não ser banal, mas, sublime. Você saberá por que uma menina, há mais de cem anos, foi capaz de defender a virgindade até o martírio e tornar-se santa. Você saberá quem foi Santa Maria Goretti. * * * * * * * * * * O século XX se iniciou sob a égide do progresso nas comunicações. Com o aperfeiçoamento da fotografia e da imprensa, jornais, folhetos e revistas pululavam por toda parte, noticiando acontecimentos ocorridos nos mais distantes rincões da Terra. Foi este um fator preponderante para que, em 1902, o mundo cristão pudesse tomar conhecimento da trágica história de uma camponesa italiana de apenas onze anos de idade, brutalmente assassinada com 14 punhaladas, enquanto defendia até o martírio a virtude angélica. Seu nome - Maria Goretti - "se nos apresenta como um incitamento ao zelo da Igreja pela pureza, ao valor dessa virtude que ela sempre inculcou. De tal maneira que mais vale a pena à pessoa sacrificar sua vida do que perder a castidade”. 1 Entretanto, a firmeza dessa pequena mártir não nasceu de um momento para outro, mas foi fruto de uma intensa vida espiritual, fortalecida pelo Pão Eucarístico nas suas últimas semanas de vida. Este fato, quiçá, tenha contribuído de modo decisivo para, oito anos depois, o Papa São Pio X facultar a Primeira Comunhão às crianças tão logo lhes desponte o uso da razão, pressentindo os maravilhosos efeitos que a presença de Cristo iria produzir nos corações infantis. "Haverá santos entre as crianças", afirmou ele. Muito se escreveu já a respeito do martírio dessa santa, tão bem cognominada como um "Anjo da Pureza". Contudo, pouco se comenta de sua breve e piedosa vida, cujo desfecho não foi senão uma decorrência da fé e do amor a Jesus, levados às últimas consequências. É o que teremos oportunidade de contemplar nestas linhas. Lar pobre, profundamente cristão Nascida em 16 de outubro de 1890, na aldeia de Corinaldo, próxima do mar Adriático, a segunda filha de Luigi Goretti e Assunta Carlini foi batizada logo no dia seguinte, com o nome de Maria Teresa. A família era pobre, mas profundamente católica, e, seguindo o costume vigente naquele tempo, os pais fizeram com que Marietta - como passou a ser carinhosamente chamada - recebera o Sacramento da Crisma com apenas seis anos de idade. Verdadeiro rosto de Santa Maria Goretti (foto da santa) Mudança de casa e de vida Quando a menina tinha tão só sete anos, o pequeno campo de Luigi Goretti tornou-se insuficiente para manter a família, e ele decidiu emigrar para Colle Gianturco, nos arredores de Paliano, distante a uns 50 quilômetros de Roma, em busca de melhores oportunidades. Todavia, ali também não tiveram êxito: apesar da dura labuta sob o Sol abrasador, mal conseguiam o necessário para alimentar-se. Dois anos depois, nova mudança se fez necessária, desta vez para Ferrieri di Conca, triste e pantanosa localidade agrícola, onde Luigi faleceu um ano depois de haverem ali chegado, com apenas 41 anos de idade, vítima da malária que grassava naqueles úmidos campos. Marietta manifestava um caráter bondoso, dócil e humilde, e se revelou de uma maturidade precoce impressionante, diante da necessidade da mudança de vida que se lhe apresentou. Ajudou nos cuidados do pai enfermo como uma pessoa adulta e, após sua morte, assumiu os encargos do lar, para a mãe poder substituir o marido nos trabalhos do campo. Limpava a casa, buscava água na fonte, rachava lenha, cozinhava e cuidava dos quatro irmãos menores como uma pequena mãezinha. Quando lhes faltava o alimento, conseguia algo a custa de alguns trabalhos, como a venda de pombos e ovos no mercado da cidade próxima, Nettuno. Não se esquecia da educação dos irmãozinhos: repreendia-os pelas travessuras, ensinava-lhes as boas maneiras, as orações e os rudimentos do Catecismo. Apaixonada pelo Santo Rosário, rezava-o todas as noites em companhia da mãe e dos irmãos, com uma piedade edificante. E depois de todos se recolherem, recitava mais um terço em sufrágio da alma de seu falecido pai. Mama Assunta, mãe de Santa Maria Goretti (foto dela já bem idosa) Mais de uma vez viu a mãe sem um centavo na bolsa e sem uma fatia de pão no armário, chorando e lamentando- se pela falta do esposo. Nessas ocasiões, com o coração compungido, a menina a abraçava e beijava, esforçando- se para não chorar também, e dizia-lhe: "Coragem, mãezinha! Coragem! Dentro em pouco estamos crescidos, depressa nos faremos todos grandes... De que tem medo? Nós a sustentaremos!... Nós a manteremos!... Deus providenciará!...". Estes são alguns lampejos de sua alma angelical. Sua mãe, depois de falecida a filha, não deixava de dar testemunho de sua virtude: "Sempre, sempre, sempre obediente a minha filhinha! Nunca me deu o mais pequenino desgosto. Mesmo quando recebia alguma repreensão imerecida, por faltazinhas involuntárias, nunca se mostrou rebelde, nunca se desculpou, mas mantinha-se calma, respeitosa, sem nunca ficar amuada". Malfadada sociedade com os Serenelli Em Ferrieri, Luigi trabalhava numa propriedade do conde Lorenzo Mazzoleni, em sociedade com Giovanni Serenelli e seu filho Alessandro. Viúvo, muito dado ao vinho e sem discrição nas palavras, Giovanni não se preocupara com a educação do filho. Este, com 19 anos de idade, era um rapaz de caráter introvertido, sem qualquer formação religiosa. Nunca ia à Missa e apenas vez por outra acompanhava os Goretti na recitação do rosário, num canto da sala. Sendo o único daquela casa que sabia ler, seu pai lhe trazia jornais com artigos de cunho anticlerical, além de novelas inconvenientes, contendo ilustrações que despertavam sua imaginação e exacerbavam- -lhe os maus desejos. Ele as utilizava como decoração para as paredes de seu quarto. Entretanto, devido à malfadada sociedade de trabalho estabelecida entre Luigi e Giovanni, as duas famílias residiam no mesmo imóvel. E Alessandro, como ele próprio confessou mais tarde, mesmo reconhecendo a candura daquela menina que o tratava como a um irmão mais velho, passou a fitá-la com olhares mal-intencionados, alimentando uma paixão que pouco tempo depois culminaria na conhecida tragédia. Antes de morrer, Luigi - movido talvez por um mau pressentimento - havia aconselhado a esposa a voltar para Corinaldo. Ela, porém, presa pelo contrato e pelas dívidas, não tinha meios para sair da casa dividida com os Serenelli. Apesar de os quartos serem separados, a cozinha era comum e a pequena Marietta, embora com tão pouca idade, atendia às duas famílias nos afazeres domésticos. Primeira Comunhão Naquela época era necessário ter doze anos para receber a Sagrada Eucaristia, e Marietta sofria por não poder alimentar-se do "Pão dos Anjos" e do "Vinho que engendra virgens". Seu desejo aumentava a cada domingo, quando ia à Missa com a mãe e a madrinha, enfrentando quatro horas de caminhada num caminho polvorento, até a igreja mais próxima. Às suas insistentes súplicas de poder preparar-se para fazer a Primeira Comunhão, sua pobre mãe lhe respondia que, não sabendo ler, ela não tinha como aprender a doutrina. Além disso, na situação de penúria em que se encontravam, onde conseguir dinheiro para o vestido e as outras prendas? Determinada, a menina não se deixava abater. Por fim, obteve autorização para ir certos dias à residência dos Mazzoleni, a fim de receber ensinamentos de sua piedosa governanta, e participar do Catecismo dos domingos, ministrado pelo senhor Alfredo Paliani para um grupo de jovenzinhos. Sem prejuízo de seus afazeres domésticos, estudou e rezou durante onze meses, dando belos exemplos de virtude. Para assegurar-se da boa preparação da filha, Assunta fê-la submeter-se a um exame com o Arcipreste de Nettuno, o qual garantiu estar ela apta para receber Jesus em seu coração. Após fazer os exercícios espirituais preparatórios, pregados por um sacerdote passionista, Marietta voltou para casa muito compenetrada e disse, em tom de voz sério: "Sabes, mamãe, o padre narrou-nos a Paixão de Jesus. E depois nos disse que quando nós cometemos um pecado, renovamos a Paixão do Senhor". Manifestava, com esta grave afirmação, o propósito de evitar a todo custo o pecado. No dia da Primeira Comunhão, antes de sair para a igreja, estando já pronta, com o vestidinho branco que sua mãe lhe obtivera com muito esforço e um singelo véu que recebera de presente, pediu perdão de suas faltas à mãe, aos irmãos, aos Serenelli e aos vizinhos. Um lar pobre, mas profundamente cristão Era a festa de Corpus Christi de 1902, quando, não tendo ainda completado 12 anos, Maria Goretti recebia Nosso Senhor em seu coração. Quais terão sido as impressões e os colóquios divinos, nesse primeiro encontro entre Jesus Eucarístico e aquela alma inocente, disposta a nunca ofendê-Lo pelo pecado, mesmo à custa da própria vida? Só se saberá na eternidade... A alegria e disposição de alma consequentes com o grande passo dado na vida espiritual manifestaram-se logo que Marietta chegou a casa. Abraçando a mãe, prometeu- -lhe: "Mãezinha, ó minha mãezinha, serei sempre e cada vez melhor!". É melhor morrer do que pecar Os frutos da Primeira Comunhão logo se fizeram sentir. Um dia, regressou ao lar contando haver visto uma companheira da catequese conversando maliciosamente com um jovem libertino. Imediatamente fugira do local e, ainda horrorizada, afirmou: "É melhor morrer, mamãe, do que dizer palavras feias". Santa Maria Goretti, "anjo" da virtude da pureza Poucas semanas se passaram e a pequena não comungara mais que duas ou três vezes, sempre aos domingos. No sábado, 5 de julho, manifestou o desejo de ir, no dia seguinte, acompanhada de uma amiga, receber novamente a Sagrada Comunhão. Estava disposta a caminhar dez quilômetros até Nettuno ou Campomorto, sob o Sol inclemente e em jejum, para receber seu amado Jesus. Seus planos foram, porém, modificados pela sanha de Alessandro. Este já a havia assediado por duas vezes e fora energicamente repelido. Ameaçou então matá-la, e não só ela, mas também a Assunta, caso falasse a alguém sobre isso. Marietta nada dissera à mãe, para não afligi-la ainda mais, mas pedia-lhe para não deixá-la sozinha em casa e procurava estar sempre na companhia de algum dos irmãos. Naquela tarde, todavia, a jovem ficara cosendo na sacada exterior, tendo apenas junto a si a irmã mais nova, que dormia placidamente. Alessandro arranjara um jeito de escapar-se do trabalho e, retornando para a residência, arrastou Marietta à força para dentro. Percebendo suas infames intenções, ela exprobrava-lhe a ação pecaminosa: "Não, não! Deus não quer isso! Se o fazes, irás para o inferno"! Tomado de fúria, o criminoso desferiu-lhe então 14 cruéis punhaladas. Em seguida, jogou fora a arma e foi trancar-se no seu quarto. A menina, porém, depois de um curto desmaio, conseguiu caminhar até o terraço e pedir socorro. A notícia do acontecido logo se espalhou pela vizinhança e o assassino foi preso. Últimas horas no hospital A alma de Maria Goretti partindo para o Céu... Marietta foi conduzida de ambulância ao hospital de Nettuno, onde a submeteram a uma dolorosa laparotomia. Foram duas horas de operação, sem anestesia! Aliás, a tentativa de salvá-la era vã, pois tinha perfurados o pericárdio, o coração, o pulmão esquerdo, o diafragma e o intestino. Os médicos não compreendiam como ainda estava viva. Voltando da sala de cirurgias para junto de sua mãe, mostrava-se preocupada em tranquilizá-la; dizia-lhe que estava bem e perguntava pelos irmãos. A desidratação causada pela perda de sangue a fazia sofrer terrivelmente, mas a gravidade das feridas impedia-lhe de sorver uma gota d'água sequer. Nessa situação, recordar a sede padecida por Jesus no alto da Cruz trazia-lhe consolo. No dia seguinte teve a graça de receber a almejada Comunhão, mas em circunstâncias quão diversas das que ela imaginara! O Arcipreste de Nettuno, Dom Signori, levara-lhe o Santo Viático ao hospital, e quando lhe perguntou se sabia Quem iria receber, ela respondeu: "Sim, é aquele mesmo Jesus que dentro em pouco irei ver face a face". O sacerdote recordou-lhe ter Nosso Senhor perdoado a todos no alto da Cruz e prometido ao bom ladrão que ainda naquele dia estaria com Ele no Paraíso. Perguntou-lhe, então, se perdoava seu assassino: "Sim, por amor a Jesus, perdoo-lhe. E também quero que esteja comigo no Paraíso!... Lá do Céu, rogarei pelo seu arrependimento!". Com este estado de espírito recebeu os Sacramentos. Algumas horas depois, entrou no delírio da morte. Instintivamente osculava o crucifixo e a medalha de Nossa Senhora, insígnia da Associação das Filhas de Maria, na qual fora admitida já no leito de morte. Invocou muitas vezes a Virgem Maria, e por volta das três horas da tarde expirou. Aparição de Maria Goretti a seu assassino Alessandro Catorze lírios cintilantes A morte de Maria Goretti foi chorada por todos os que a conheceram. Logo se espalhou a fama de sua santidade e, apenas dois anos depois, seus restos mortais foram depositados no grandioso monumento erigido em sua honra, no Santuário Pontifício de Nossa Senhora das Graças, em Nettuno. Um dos fatos prodigiosos que contribuíram para sua canonização foi a conversão de Alessandro. Em 1910, depois de haver passado por um período de frieza e rebeldia, tendo inclusive pensado em se suicidar, o infeliz assassino foi visitado por sua vítima no cárcere de Noto. Marietta lhe apareceu vestida de branco, oferecendo-lhe lírios que, ao serem tocados por ele, se transformavam em chamas cintilantes. Eram ao todo 14... O mesmo número das punhaladas recebidas! Assistido pelos padres passionistas, Alessandro se converteu. Cumpridos 27 anos de prisão, foi libertado e dirigiu-se a Corinaldo, onde então morava a mãe de Marietta, para pedir-lhe perdão. Imitando a atitude da filha, ela o perdoou e comungaram lado a lado, na Missa de Natal. Depois, o assassino arrependido fez-se terciário franciscano e terminou seus dias, já ancião, como servente e jardineiro num convento capuchinho. Dia da Canonização de Santa Maria Goretti, por Pio XII Mensagem para a juventude do terceiro milênio Santa Maria Goretti foi canonizada pelo Papa Pio XII, em 24 de junho de 1950. A cerimônia, da qual participou sua mãe, junto com os filhos e netos, teve de ser realizada na Praça de São Pedro, por não haver espaço suficiente para a multidão no interior da Basílica. Em 6 de julho de 2003, concluindo as comemorações do centenário de sua morte, o Beato João Paulo II perguntava, em seu pronunciamento do Angelus: "O que diz aos jovens de hoje esta jovem frágil, mas cristãmente madura, com a sua vida e, sobretudo, com a sua morte heroica?" Urna com os restos mortais de Maria Goretti E continuava: "Marietta, assim era chamada familiarmente, recorda à juventude do terceiro milênio que a verdadeira felicidade exige coragem e espírito de sacrifício, rejeição de todo compromisso com o mal e disposição para pagar com a própria vida, mesmo com a morte, a fidelidade a Deus e aos seus Mandamentos. "Como é atual esta mensagem! Hoje se exaltam, muitas vezes, o prazer, o egoísmo ou até a imoralidade, em nome de falsos ideais de liberdade e de felicidade. É preciso reafirmar com clareza que a pureza do coração e do corpo deve ser defendida, porque a castidade ‘guarda' o amor autêntico. "Santa Maria Goretti ajude todos os jovens a experimentar a beleza e a alegria da bem-aventurança evangélica: ‘Felizes os puros de coração, porque verão a Deus' (Mt 5, 8). A pureza de coração, como qualquer virtude, exige um treino cotidiano da vontade e uma constante disciplina interior. Pede, acima de tudo, o recurso assíduo a Deus, na oração". (Revista Arautos do Evangelho, Julho/2011, n. 115, p. 30 à 33) Relicário com uma costela da santa
“Vitória, tu reinarás; ó Cruz, tu nos salvarás”. Ave Crux Spes Unica . Cristo ‘Árvore da Vida’ na Basílica de San Clemente: "Nós Vos Adoramos Jesus Cristo, e Vos Bendizemos, pois Remistes Todo o Mundo pela Vossa Santa Cruz" Adam Elsheimer Glorificação da Cruz 1605 Frankfurt A festa da Exaltação da Santa Cruz se liga à dedicação de duas importantes basílicas construídas em Jerusalém por ordem de Constantino, filho de Santa Helena. Uma foi construída sobre o Monte do Gólgota; por isso, se chama Basílica do Martyrium ou Ad Crucem. A outra foi construída no lugar em que Cristo Jesus foi sepultado pelos discípulos e foi ressuscitado pelo poder de Deus; por isto é chamada Basílica Anástasis, ou seja, Basílica da Ressurreição. A dedicação destas duas basílicas remonta ao ano 335, quando a Santa Cruz foi exaltada ou apresentada aos fiéis. Encontrada por Santa Helena, foi roubada pelos persas e resgatada pelo imperador Heráclio. Segundo contam, o imperador levou a Santa Cruz às costas desde Tiberíades até Jerusalém, onde a entregou ao Patriarca Zacarias, no dia 3 de Maio de 630. Tal festividade lembra aos cristãos o triunfo de Jesus, vencedor da morte e ressuscitado pelo poder de Deus. The Sign of the Cross Ó maravilhoso poder da Cruz! Ó glória inefável da Paixão! A Cruz é como o tribunal de Deus, de onde está julgando o mundo e ostentando o seu poder. São Leão, Papa The Triumph of Christianity Gustave Doré http://phil0kalia.tumblr.com/ Exaltation of the Cross 1490 Russian icon Iconen - Museum Recklinghausen A cruz é um dos símbolos mais antigos. Sua presença é reconhecida já nas antigas civilizações, como no Antigo Egito, na Ásia, na Europa, na Índia e em Israel. Na Ilha grega de Creta foi achada uma cruz de mármore do séc. XV a.C. Ela representa uma divisão do mundo, indicando os pontos cardeais, tornando-se a base de todos os símbolos de orientação (bússolas, rosa dos ventos, horizontal x vertical etc.). icone ortodoxa O cristianismo enriqueceu o simbolismo da cruz, sintetizando nela a história da salvação, tornando-a mais que uma representação de Cristo. Jesus lhe institui um novo e definitivo significado, com sua paixão redentora. icone greco-melquita Líbano A Cruz é o triunfo de Cristo, pois nela aconteceu o derramamento do seu sangue, como prenunciado nos sacrifícios do Antigo Testamento: “sem derramamento de sangue não há remissão” (Hebreus 9,22). Vitória, tu reinarás, ó cruz tu nos salvarás! Vitória, tu reinarás, ó cruz tu nos salvarás! Brilhando sobre o mundo, Que vive sem tua luz Tu és um sol fecundo De amor e de paz, ó cruz! Aumenta a confiança Do pobre e do pecador Confirma nossa esperança Na marcha para o senhor. À sombra dos teus braços A Igreja viverá Por ti no eterno abraço O Pai nos acolherá Exaltation of Holy Cross orthodox icon A pregação da Cruz é uma necessidade para os que se perdem; mas para os que se salvam – para nós – é força de Deus. Por que diz a Escritura: «Destruirei a sabedoria dos sábios, e inutilizarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde o douto? Onde o sofista deste mundo? De fato, como o mundo através de sua própria sabedoria não conheceu Deus na divina sabedoria, quis Deus salvar os crentes através da necessidade da pregação». Ave Crux, spes unica! Caravaggio Calvary "Nós Vos Adoramos Jesus Cristo, e Vos Bendizemos, pois Remistes Todo o Mundo pela Vossa Santa Cruz" Anibale Carracci Christ Carrying the Cross Após a crucificação de Nosso Senhor, os Imperadores viam o cristianismo como uma ameaça e tentaram erradicar a memória da Paixão das mentes das pessoas, construídas ao longo dos locais de veneração. Até o início do segundo século Gólgota não era mais topo de uma colina desolada usado para execuções. Em vez disso, havia uma estátua de Júpiter e um templo a Vênus onde pagãos ofereciam os seus sacrifícios. Foi em 313, após o Edito de Milão tinha sido assinada que o cristianismo tornou-se legal novamente no Império Romano. Imperador Constantino recebeu uma visão de uma alta cruz no céu e viu as palavras, " Neste sinal você deve conquistar." Entusiasmado com a promessa, Constantino enviou a sua mãe, Helena, a Jerusalém para encontrar a Cruz que não tinha sido vista por trezentos anos. Giovanni B. Tiepolo Christ on the Road to Calvary 1749 Em Jerusalém havia apenas um homem que sabia onde a cruz foi escondida: um judeu com o nome de Judas. Depois da pesada persuasão o judeu revelou que a cruz foi enterrado sob o templo de Vênus. Dedicada a sua missão, Sta.Helena ordenou a demolição do templo e a escavação debaixo do solo. Eles encontraram o túmulo de Cristo e apenas a uma curta distância, os instrumentos da Paixão e todas as três cruzes usadas no Calvário naquele dia. A lenda diz que a Vera Cruz foi exposta tocando a cruz de um menino que tinha acabado de morrer. Quando a Vera Cruz tocou o menino, ele foi trazido de volta à vida. Este evento milagroso foi testemunhada por muitos e muitos judeus, incluindo Judas, e muitos buscaram o batismo. (Judas rapidamente mudou seu nome para Kyriakus.) Ele viria a ser nomeado bispo de Jerusalém e sofrer a morte de um mártir sob o reinado tirânico de Juliano em 363. Após a escavação, Constantino ordenou que uma igreja cristã seria construída para abrigar as relíquias veneráveis. A Igreja do Santo Sepulcro foi construída e seria consagrada em 13 de setembro, 335. Durante trezentos anos, a cruz ficou depositada em paz até que o imperador persa Khosrau II derrotou o exército romano e saquearam a cidade santa de Jerusalém e milhares de cristãos foram escravizados.. Entre os itens pilhados foram os instrumentos da Paixão e Santa Cruz. As relíquias permaneceram no exílio por quatorze anos, quando em 627 o Imperador Heráclio conquistou o exército persa e recapturou a Cruz . (Algumas fontes indicam que ele recebeu a Cruz como parte das negociações do pós-guerra.) Em qualquer caso, o Imperador voltou a Jerusalém para reinstalar a Cruz com grande fanfarra. Gentille Bellini A recuperação da Relíquia da Verdadeira Cruz, na Ponte de São Lorenzo 1496-1500 Santo Antônio, Doutor do Evangelho e "martelo dos hereges", dizia: "Porque Adão no paraíso não quis servir ao Senhor (cf. Jr 2,20), por isso o Senhor assumiu a forma de servo (cf. Fl 2,7) para servir ao servo, a fim de que o servo já não se envergonhasse de servir ao Senhor."Poucos, como esse santo, conheceram o profundo mistério da encarnação do Verbo e Sua obediência até a morte de cruz para nos salvar. A lenda diz que Heráclito foi inicialmente levar a Cruz a cavalo, mas quando ele entrou na cidade, o peso se tornou demasiado grande. Foi só depois que ele sozinho tentou suportar o peso próprio que era leve o suficiente para carregar. Então, quando ele chegou aos portões da Gólgota, ele encontrou seu caminho bloqueado por um anjo. O anjo disse que desde que Cristo carregou a cruz com toda a humildade, ele deve seguir da mesma maneira. Quando ele tirou a coroa de ouro, púrpura e sapatos, o caminho foi aberto e ele foi capaz de levar a cruz dentro da igreja. Multscher Werkstatt Kreuztragung des Heraklius Pouco se sabe sobre a Vera Cruz, após este período. Os fragmentos de que foram dispersos e podem ser encontrados onde quer que os cristãos são encontrados. As maiores peças podem ser encontradas no Notre Dame, a Catedral de Pisa, a Catedral de Florença, e de Santa Croce, em Roma. Domenicos Theotokopolos El Greco The Spoliation 1577-79 Metrop. Museum od Art Manhattan A crucifixão era uma forma de pena oriental que foi introduzida no Ocidente pelos persas. Foi pouco usada pelos gregos, mas muito utilizada pelos cartagineses e romanos. Na literatura romana, a crucifixão é descrita como punição cruel e temida, não sendo aplicada aos cidadãos romanos, mas apenas aos escravos e aos não-romanos que houvessem cometido crimes atrozes, como assassinato, furto grave, traição e rebelião. Seguindo a forma romana de crucifixão Jesus provavelmente carregou somente a parte transversal da cruz, pois a parte vertical era deixada no local da execução à espera do condenado. Os braços eram inicialmente amarrados e somente ao chegar no local eram pregados ao madeiro. Acontecia o mesmo procedimento com as pernas e pés. A vítima era suspensa pouco mais de um metro do chão para que as pessoas pudessem dar de beber uma mistura de água e fel ou vinagre para ser mantida o tempo inteiro consciente, sem haver possibilidade de desmaios (Mt 27,48). Os romanos crucificavam os criminosos inteiramente nus e não há motivo para se pensar que tenha sido feita alguma exceção para Jesus. As vestes do crucificado eram entregues aos soldados para serem divididas. As vestes de Jesus não foram divididas mas sorteadas pois eram de tecido fino e sem costuras. Tal indumentária e feitio não poderiam ser destruídas, por isso preferiu-se lançar sorte. (Mt 27,35ss). Paolo Veneziano Crucifixion 1340 Nat. Gallery of Art Washington A cruz das igrejas antigas, inclusive hoje nas de tradição bizantina, evoca a virtude ou força da ação redentora desse sinal. A Cruz defende a todos do maligno e de seus ataques. Os marcados com o sinal de Cristo têm a esperança confiante de entrar no paraíso. Nas igrejas bizantinas, atrás do altar e no ponto mais alto do Iconostase, destaca-se a Crucifixão, 4 com o objetivo de que, de qualquer ponto do templo e a todo momento, possa atrair o olhar dos fiéis para a Árvore da Vida, plantada no novo paraíso universal, frondosa e muito mais honorável que a do Éden [...] O Apóstolo São Paulo dizia: - "Livre-me Deus de me gloriar de outra coisa que não seja a Cruz de Jesus Cristo!" São Pedro Crisólogo (406-450), Bispo de Ravena, doutor da Igreja - Sermão 108; PL 52, 499 Escutai o que o Senhor vos pede: «Se ignorais a Minha divindade, reconhecei ao menos a Minha humanidade. Vede em Mim o vosso corpo, os vossos membros, as vossas entranhas, os vossos ossos, o vosso sangue. E se o que pertence a Deus vos inspira temor, não vos agradará o que vos pertence a vós? [...] Mas talvez a enormidade da Minha Paixão, da qual vós sois a causa, vos cubra de vergonha? Não temais. Esta cruz não foi mortal para Mim, mas para a morte. Estes pregos não Me penetram de dores, mas de um amor ainda mais profundo por vós. Estas feridas não provocam gemidos, mas fazem-vos entrar ainda mais no Meu coração. O esquartejar do Meu corpo abre-vos os Meus braços como um refúgio, não aumenta o Meu suplício. O Meu sangue não está perdido por mim, mas guardado para vosso resgate (Mc 10,45). Vinde pois, voltai par Mim e reconhecei o vosso Pai, vendo que Ele vos paga o mal com o bem, os insultos com o amor, e tão grandes feridas com uma tão grande caridade.» Esteban Bartolome Murillo Christ The Man of Sorrows Somente pela cruz, que significa morte ao próprio Eu, à própria vontade, para acatar com fé, alegria e ação de graças a vontade de Deus, poderemos nos salvar. copta icon "Salva, Senhor, o teu povo e abençoa a tua herança. Concede à tua Igreja a vitória sobre o mal e guarda o teu rebanho pela tua Cruz." Apoliticon Raising of the Cross (detail) Peter Paul Rubens 1610Oil on panel, 460 x 340 cmO.-L. Vrouwekathedraal, Antwerp Exaltemos a Cruz que Nosso Senhor nos destinou, manifeste-se Ela por doença, morte, luto, calúnia, perseguição, provações interiores, pelo que for! Só pela Cruz nos salvará Aquele que morreu na Cruz! Lucas Cranach the Elder Christ's Head with Crown of Thorns 1520-25 Priv.Coll. "Que vergonha! Cristo entre espinhos, nós entre rosas!" Santa Maria Madalena de'Pazzi "Vinde fiéis! Adoremos o Madeiro que dá a vida, no qual, Cristo, o Rei da glória, estendeu voluntariamente seus braços, restaurando em nós a felicidade primitiva; nós que, dominados pelo mal e pelas paixões estávamos afastados de Deus. Vinde, adoremos a Cruz, que nos dá a vitória sobre o mal." "Dia de adoração da Santa Cruz! Todos se acercam para adorá-la! Vede-a exposta perante nós: brilha com os esplendores da ressurreição de Cristo. Vamos, pois, com alegria espiritual, render-lhe veneração." coptic cross É pela nossa cruz de cada dia que cada um carrega, que Deus nos santifica (cf. Hb 12,10), fazendo-nos morrer para todas as más inclinações do nosso espírito. É pela cruz que chegaremos à glorificação, como o Senhor Jesus. É por isso que exaltamos a santa Cruz. E é por essa cruz de cada dia (doenças, aborrecimentos, penúrias, humilhações, cansaços, injustiças, incompreensões, etc.) que temos a graça e a honra de poder "completar em nossa carne o que falta à paixão do Senhor no seu Corpo, a Igreja"(cf. Cl 1,24). orthodox icon "Exaltai ao Senhor, nosso Deus e prostrai-vos ante o escabelo de seus pés porque Ele é Santo." The Exaltation of the Holy Cross 19-20s Chirikov Osip Semyionovich Ermitage Salvai-nos, ó Filho de Deus, Vós que fostes crucificado na carne, a nós, que a Vos cantamos: aleluia! A forma de cruz das igrejas antigas, inclusive hoje nas de tradição bizantina, evoca a virtude ou força da ação redentora desse sinal. A Cruz defende a todos do maligno e de seus ataques. Os marcados com o sinal de Cristo têm a esperança confiante de entrar no paraíso. Nas igrejas bizantinas, atrás do altar e no ponto mais alto do Iconostase, destaca-se a Crucifixão, 4 com o objetivo de que, de qualquer ponto do templo e a todo momento, possa atrair o olhar dos fiéis para a Árvore da Vida, plantada no novo paraíso universal, frondosa e muito mais honorável que a do Éden [...] http://ecclesia.com.br/news/2012/?p=9491 Flemal Croix "Tua Cruz, Senhor, adoramos e proclamamos tua santa ressurreição. Salva teu povo, Senhor, e abençoa tua herança" "Grande Obra de Bondade: a morte foi vencida quando a cruz matou a vida." "Não há outro madeiro capaz, como o da cruz, de acender com grande intensidade na alma o fogo do amor!" Beata Elisabete da SSma.Trindade icone ortodoxa Salvai, Senhor, o vosso povo e abençoai a vossa herança. Concedei à vossa Igreja a vitória sobre o mal e guardai o vosso rebanho pela vossa Cruz. rito da Igreja Ortodoxa othodox icon Vós, ó Cristo Deus, que, voluntariamente, fostes exaltado na Cruz, tende compaixão do povo que traz o vosso Nome. Alegrai, pelo vosso poder, a vossa santa Igreja e concedei-lhe a vitória sobre o mal. Que vossa aliança seja para nós uma arma de paz e um troféu de vitória! Oh cruz fiel y venerable copta icon Ethiopia África "Salve, ó Cruz, glória do universo! Salve, ó Cruz, fortaleza da Igreja!" O Encontro da Santa Cruz Agnoldo Gaddi 16s "Salve,ó Cruz, inexpugnável bastião dos sacerdotes! Salve, diadema dos reis!" São João Crisóstomo (c. 345-407) Presbítero de Antioquia, Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja Homilia sobre a Cruz e o Ladrão, 1; PG 49, 399-401 «Assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto, a fim de que todo o que n'Ele crê tenha a vida eterna» Hoje Nosso Senhor Jesus Cristo está na cruz e nós festejamos, para que saibamos que a cruz é uma festa e uma celebração espiritual. Outrora a cruz significou um castigo, agora tornou-se objecto de honra. Outrora símbolo de condenação, ei-la agora princípio de salvação. Pois ela é para nós a causa de numerosos bens: libertou-nos do erro, iluminou-nos nas trevas e reconciliou-nos com Deus; tínhamo-nos tornado para Ele inimigos e estranhos, e ela deu-nos a Sua amizade e aproximou-nos d'Ele. A cruz é para nós a destruição da inimizade, o garante da paz, o tesouro de mil bens. Graças a ela não erramos já pelos desertos, porque conhecemos o verdadeiro caminho. Não ficamos de fora do palácio real, porque encontrámos a porta. Não receamos as armas ardentes do diabo, porque descobrimos a fonte. Graças a ela já não somos viúvos, porque descobrimos o Esposo. Não temos medo do lobo, porque temos o bom pastor. Graças à cruz não tememos o usurpador, porque nos sentamos ao lado do Rei. Eis porque estamos contentes ao festejar a memória da cruz. O próprio São Paulo nos convida para a festa em honra da cruz: «Celebremos, pois, a festa, não com o fermento velho nem com o fermento da malícia e da corrupção mas com os ázimos da pureza e da verdade» (1Co 5,8). E a razão para isso: «Cristo, nosso cordeiro pascal, foi imolado» (v. 7). Vision di Santa Helena Paolo Veronesse 1580 Vaticano Visão de Santa Helena Santa Helena Vision di Santa Helena L'exaltation de la Croix Luigi Garzi 1638 Rome "Salve cetro do soberano Criador de todas as coisas! Salve, ó Cruz, na qual Cristo aceitou padecer e morrer!" Melone de Altobello The Journey of St Helena in Jerusalem 1510 Santa Helena procurando a Santa Cruz A festa da "Exaltação Universal da preciosa e vivificadora Cruz" surge em Jerusalém. Lê-se em um discurso do monge Alexandre 21 sobre essa festividade que a imperatriz: Helena - mãe de Constantino, o Grande - assegurava ter tido uma visão celeste, na qual se ordenava ir a Jerusalém para descobrir os santos lugares durante tanto tempo ignorados[...] Finding the Holy Cross by Sta Helena SAnta Helena encontrando a Santa Cruz Encontrada por Santa Helena, a Santa Cruz foi roubada pelos persas e resgatada pelo imperador Heráclio. The Battle between Hereculas and Chosroes Piero dela Francesca 1460 Segundo contam, o imperador levou a Santa Cruz às costas desde Tiberíades até Jerusalém, onde a entregou ao Patriarca Zacarias, no dia 3 de Maio de 630. Tal festividade lembra aos cristãos o triunfo de Jesus, vencedor da morte e ressuscitado pelo poder de Deus. Santa Helena "Salve,ó Cruz, grande consolo dos aflitos, arma invencível no meio da luta! Salve, Cruz, ornato dos anjos e proteção dos fiéis!" Santa Helena Martín Bernat A imperatriz Santa Helena, mãe do imperador Constantino recuperou inúmeras relíquias e construiu igrejas na Terra Santa O destino da Santa Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo Santa Helena, mãe do Imperador Constantino, convertida ao Catolicismo, procurou como Relíquia preciosa a Cruz de Jesus Cristo. Para este fim, mandou fazer escavações no Calvário e encontraram três cruzes e, à parte, os cravos e a inscrição: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus (INRI). Não podendo distinguir qual delas fosse a Cruz verdadeira, São Macário, patriarca de Jerusalém, ordenou preces públicas, depois mandou levar as três cruzes junto de uma mulher enferma; apenas esta foi tocada pela terceira Cruz, curou-se imediatamente. Reconhecida desta maneira a verdadeira Cruz, Santa Helena, mandou construir uma Igreja magnífica e nela guardou, dentro de um cofre de prata ornado de pedras preciosas, grande parte do Sagrado Lenho. St Helena Lucas CRANACH the Elder1525 Oil and tempera on red beechwood, 40 x 27 cm Art Museum, Cincinnati Constantino e Helena icone bulgaro "Às vezes nos parece que Deus não responde ao mal, que permanece em silêncio. Na realidade, Deus falou, respondeu, e a sua resposta é a cruz de Cristo: uma Palavra que é amor, misericórdia, perdão" Papa Francisco Constantine's Dream Piero dela Francesca 1455 PINTURA ÓLEO: Sonho de Constantino, 1455 Constantino, o Grande (c. 280-337), foi um imperador romano, filho de Helena. Ele chegou ao poder em 312 depois de derrotar o Imperador Maxêncio na Batalha da Ponte Mílvia sobre o Tibre, um evento tradicionalmente considerado como o ponto de virada no estabelecimento do cristianismo dentro do império. Piero della Francesca descreve esta cena: De acordo com Eusébio "Vida de Constantino (1:27-32), na véspera da batalha Constantino viu em sonho uma cruz no céu, e ouviu uma voz dizendo:" In hoc signo vinces "- "por este sinal tu vencerás." A partir de agora, diz-se, ele substituiu o emblema da águia romana padrão, ou Laborum, das legiões. Esta cena Piero dela Francesca situa no meio da noite. Dentro de sua grande tenda, o Imperador está dormindo. Sentado em um banco banhado em luz, um servo o observa e olha sonhadoramente na direção do espectador, como se estivesse em conversa silenciosa. Com uma inovação ousada, que quase parece antecipar conceito moderno de Caravaggio de luz, os dois sentinelas em primeiro plano destacam-se da escuridão, iluminado apenas pelos lados pela luz projetada do anjo acima. The Exaltation of the Holy Cross Piero dela Francesca 1452-65 Arezzo "Salve, ó Cruz, pela qual foi o inferno derrotado! Salve, ó Cruz, pela qual fomos redimidos! Salve, lenho bem-aventurado!" Lorenzo di Bicci crucifixion Hino Laudes Quinta feira Santa "...no sangue e água que jorram, mar, terra e céu são lavados. Só tu, ó Cruz, mereceste suster o preço do mundo e preparar para o náufrago um porto, em mar tão profundo. Quis o Cordeiro imolado, banhar-te em sangue fecundo..." Sto Constantine and Sta Helena the Equal to the Apostles byzantine technique "A Exaltação da Santa Cruz é uma festa muito rara, porque poucas são as almas que louvam e exaltam a Cruz, com cuja imposição lhes manifesta Deus o poder da sua graça". Esaltacione icone greco-bizantino sec XVII Ecce lignum crucis, in quo salus mundi pependit. Venite adoremus! "A Paixão é real: verdadeiramente foi crucificado. E não nos envergonhemos disso. Foi crucificado. E não o negamos; pelo contrário, comprazemo-nos em afirmá-lo. Chegaria a envergonhar-me, se me atrevesse a negar o Gólgota que temos à vista; afastaria dos olhos o madeiro da Cruz que dessa cidade distribuiu-se como relíquias pelo mundo" Cirilo de Jerusalém, na XIII Catequese, que se realizara provavelmente em 347 Exaltação da Santa Cruz icone ucraniano sec 19 A Cruz será exaltada no dia do Juízo, naquele vale em que todos havemos de comparecer, essa Cruz que será vista, com inefável alegria, pelo justo que Ela salvou e redimiu! Sntos Constantino e Helena orthodox icon "Reconheço a Cruz, porque conheço a ressurreição. Se o Crucificado tivesse permanecido em tal situação, não reconheceria a Cruz; apressar-me-ia, pelo contrário, em escondê-la, juntamente com meu Mestre. Como após a Cruz vem a Ressurreição, não me envergonho de falar longamente da mesma." Cirilo de Jerusalém, na XIII Catequese, que se realizara provavelmente em 347 Santos Constantino e Helena orthodox icon Cross Darmstadt Altarpiece Constantine and his Mother Helena venerating the true Cross unknown master Germany 1440 Deus, qui nos hodiérna die Exaltatiónis sanctæ Crucis ánnua solemnitáte lætíficas: præsta, quæsumus; ut, cujus mystérium in terra cognóvimus, ejus redemptiónis præmia in cælo mereámur. Per eúmdem Dóminum... Reliquiário de Jerusalém Santa Croce in Gerusalemme Roma S. Constantino – Aparição do Sinal da Santa Cruz A primeira aparição da Santa Cruz se deu ante o imperador Constantino o Grande, com um vitorioso emblema escrito: «Com este sinal vencerás». Logo houve outra aparição em Jerusalém, por volta do ano 346, sendo Patriarca, Kirilos e o Monarca, Constantino, filho de Constantino o Grande. Esta visão aconteceu em 7 de março; era a hora terceira quando, no céu, surgiu repentinamente o sinal da Gloriosa Cruz formada por uma luz brilhante sobre o monte Gólgota, alcançando até o monte das Oliveiras. Esta aparição causou grande admiração entre todos aqueles que se encontravam em Jerusalém. Jovens, mulheres e crianças correram alegremente às igrejas para agradecer e glorificar a Deus que os abençoou e lhes concedeu a Cruz como arma e escudo protetor contra o diabo. El Triunfo de la Santa Cruz Juan Valdes Igreja dos Veneráveis de Sevilha "A alegria dos moradores do céu, dizia Santa Teresinha do Menino Jesus, consiste em sofrer e amar por amor a Deus". Mas para isso precisamos da graça de Deus, pois nossa natureza tem horror à cruz. Entretanto, o que é impossível à natureza é possível à graça, disse Santo Agostinho. Nas igrejas ortodoxas na Festa da Santa Cruz a assembléia repete 100 vezes a oração a mais simples de todas as orações e mais própria de uma criatura ante a misericórdia do Deus Criador: "Piedade, Senhor!" Santa Helena ortodox icon Santa Elena, tu hallaste el tesoro del que nos habla el Evangelio, pues hallaste la cruz de Cristo. Haz que nosotros también hallemos ese tesoro: Cristo viviente en nosotros. Que Él nos llene de paz, de justicia y amor, en medio de nuestras tribulaciones y que un día nos encontremos todos en el Reino de los Cielos. Amén. copta icon Cruz procissional bizantina ano 1000-1050 "Na Cruz, Cristo deu morte ao autor de nossa morte. Devolveu a vida e a beleza a quem as tinha perdido; e, num desdobramento de bondade e misericórdia, restituiu-lhes o direito de cidadania no céu." cruz peitoral bizantina ouro "Na Cruz cancelaste, Senhor, o assentamento de nossa dívida." Santa Helena Altobello,Melloni 1510 Ashmolean Museum Univers.Oxford Great Britain S. João Crisóstomo (cerca de 345-407), Bispo de Antioquia, depois de Constantinopla, doutor da Igreja da Homilia 1 «Sobre a Cruz e sobre o Ladrão» Hoje, nosso Senhor Jesus Cristo está pregado na Cruz e nós estamos em festa, para que saibais que a Cruz é uma festa e uma celebração espiritual. Outrora, a Cruz designava um castigo; agora tornou-se objeto de honra. Outrora símbolo de condenação, ei-la hoje princípio de salvação. Porque ela é para nós causa de bens sem conta: livrou-nos do erro, iluminou-nos as trevas, reconciliou-nos com Deus; tínhamo-nos tornado, para com Ele, inimigos e estrangeiros longínquos. Para nós, ela é hoje a destruição da inimizade, o penhor da paz, o tesouro de mil bens. Santa Helena Basílica de São Pedro VaticanoSt. Helen by Andrea Bolgi, 1639 G.B.Tiepolo The Discovery of the True Cross 1745 Gall. del'Accademia Venice S. João Crisóstomo (cerca de 345-407), Bispo de Antioquia, depois de Constantinopla, doutor da Igreja da Homilia 1 «Sobre a Cruz e sobre o Ladrão» Graças a Santa Cruz , já não erramos nos desertos, porque conhecemos o caminho verdadeiro. Não ficamos fora do palácio real, porque encontramos a porta. Não tememos as armas inflamadas do diabo, porque descobrimos a fonte. Graças a ela, já não estamos na viuvez, pois encontramos o Esposo. Não temos medo do lobo, pois encontramos o bom pastor. Graças à Cruz, não tememos o usurpador, pois nos sentamos ao lado do Rei. Santa Madalena de' Pazzi As verdadeiras relíquias da Santa Cruz Santa Maria Madalena de' Pazzi orava a Jesus Cristo suplicando para que pudesse encontrar os fragmentos da Santa Cruz e assim estar mais próxima à sua Paixão. Depois de algum tempo recebeu dEle a resposta: “As relíquias que deixei são as minhas Palavras.” Crucifix with the Story of the Passion of Christ Tuscan-shool mid-12 century Gall. Uffizi Florence Ecce lignum crucis, in quo salus mundi pependit. Venite adoremus! Giordano Luca Christ in Glory São Rafael Arnaiz Baron (1911-1938) Monge trapista espanhol - Escritos espirituais 03/04/38 «Se alguém quiser vir após Mim [...], tome a sua cruz e siga-Me» [..]Ah, se todos os homens amassem a cruz de Cristo! Se o mundo soubesse o que é abraçar plenamente, verdadeiramente, sem reservas, em loucura de amor, a cruz de Cristo! [...] Tanto tempo perdido em conversas, devoções e exercícios que são santos e bons, mas que não são a cruz de Jesus, não são o que há de melhor. [...] Pobre homem que não prestas para nada, que não serves para nada [...], que arrastas a tua vida, seguindo como podes as austeridades da regra, contentando-te em esconder no silêncio os teus ardores: ama até à loucura o que o mundo despreza por não conhecer, adora em silêncio essa cruz, que é o teu tesouro, sem que ninguém se aperceba. Medita em silêncio diante dela nas grandezas de Deus, nas maravilhas de Maria, nas misérias do homem. [...] Prossegue a tua vida sempre em silêncio, amando, adorando e unindo-te à cruz. Que queres mais? Saboreia a cruz! Saborear a cruz! Lalibela cross Etiópia o toque e a bênção com a cruz protege de medo da vergonha Basílica Sao Marcos Veneza Obra de arquitetura essencialmente bizantina, mas com traços românicos, góticos e renascentistas, a Basílica de São Marcos é inesquecível. http://signum-crucis.tumblr.com/page/3 English: Basilica of The Holy Cross in Jerusalem. Italian: Basilica di Santa Croce in Gerusalemme. Latin: Basilica Sanctae Crucis in Hierusalem. Santa Croce in Gerusalemme (Rome). One of the masterpieces of the "barochetto romano" by Pietro Passalacqua and Domenico Gregorini, from 1743. Photo: February 2006. A Basílica, em Roma, representa Jerusalém, que tem no nome. É consagrada à Paixão de Nosso Redentor e contém terra do Calvário, alguns fragmentos importantes da Vera Cruz, e um dos pregos utilizados na crucificação de Nosso Senhor. Neste dia, o aniversário da morte de Nosso Salvador, a Igreja dá-lhe uma aparência de Templos de desolação, e roupas de Ministros, são traje de luto. orthodox icon «A cruz, árvore de vida» São Teodoro Estudita (759-826), monge em Constantinopla Como é bela a imagem da cruz! A sua beleza não oferece mistura de mal e de bem, como outrora a árvore do jardim do Éden. Toda ela é admirável, “uma delícia para os olhos e desejável” (Gn 3, 6). É uma árvore que dá a vida e não a morte; a luz, não a cegueira. Leva a entrar no Éden, não a sair dele. Esta árvore, à qual subiu Cristo, como um rei para o seu carro de triunfo, derrotou o diabo, que tinha o poder da morte, e libertou o gênero humano da escravidão do tirano. Foi sobre esta árvore que o Senhor, qual guerreiro de eleição, ferido nas mãos, nos pés e no seu divino peito, curou as cicatrizes do pecado, quer dizer, a nossa natureza ferida por Satanás. Depois de termos sido mortos pelo madeiro, encontramos a vida pelo madeiro; depois de termos sido enganados pelo madeiro, é pelo madeiro que repelimos a serpente enganadora. Que permutas surpreendentes! A vida em vez da morte, a imortalidade em vez da corrupção, a glória em vez da ignomínia. Por este motivo, o apóstolo Paulo exclamou: “Toda a minha glória está na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Gl 6, 14) … Mais do que qualquer sabedoria, esta sabedoria que floresceu na cruz tornou ignóbeis as pretensões da sabedoria do mundo (1 Cor 1, 17s) … É pela cruz que a morte foi morta e Adão restituído à vida. É pela cruz que todos os apóstolos foram glorificados, todos os mártires coroados, todos os santos santificados. É pela cruz que fomos reconduzidos como as ovelhas de Cristo, e fomos reunidos no redil do alto. Ombra mai fù (Georg Friedrich Händel). A cruz, árvore de vida Tender and beautiful fronds of my beloved plane tree, let Fate smile upon you. May thunder, lightning, and storms never bother your dear peace, nor may you by blowing winds be profaned. A shade there never was, of any plant, dearer and more lovely, or more sweet. Ramos ternos e belos do meu amado plátano para ti brilha o destino; trovões, raios e tempestades não irão nunca ultrajar tua querida paz nem os ventos do oeste vorazes chegam a profanar-te. Aria: A sombra de uma planta nunca esteve tão querida e agradável, tão doce. Nunca houve sombra de uma árvore tão querida, amável e suave. Obelisco da praça de S.Pedro Obelisco da praça de S.Pedro tem 4 mil anos, foi esculpido no Egito cerca de 20 séculos antes de Cristo e levado para Roma como troféu de guerra pelo Imperador Calígula, que mandou colocá-lo no circo romano que existia próximo, onde hoje é a Praça de S.Pedro. Neste circo, ou arena, morreram milhares de cristãos pela causa do Cristo, deram seu sangue, suas vidas pelo Senhor, inclusive Pedro e Paulo. Em memória desses mártires a Igreja conserva o monumento por ter sido a última coisa que eles viram no mundo antes de morrerem estraçalhados pelas feras. Ele está lá , testemunha silenciosa de 40 séculos de História.Sobre ele, foi colocada uma cruz contendo uma relíquia da verdadeira Cruz de Cristo. Isto foi feito assim para simbolizar o triunfo do Cristianismo sobre o paganismo. Há mesmo, na base desse obelisco, palavras do exorcismo contra os demônios. O Papa concede indulgência a quem reza para a Cruz Vitoriosa, que está fincada como vitoriosa sobre o obelisco pagão. Obelisk Cross Vatican Simbolizar o triunfo do Cristianismo sobre o paganismo não foi tão fácil! Transporte do Obelisco Vaticano Obelisco permaneceu inamovível, indicando o lugar onde o primeiro Papa oferecera sua vida por Cristo por quinze séculos, até que, em 1586, Sisto V decidiu transladá-lo para sua atual posição, frente à fachada principal da Basílica de São Pedro. Tarefa nada fácil, pois embora ambos locais distem apenas algumas centenas de metros, as proporções do monólito são monumentais: mede quase 25 metros de comprimento, descontados a base e a cruz, e ultrapassa as 350 toneladas de peso. O planejamento e execução da colossal empresa ficaram a cargo do arquiteto Domenico Fontana, quem após gastar alguns meses fazendo cálculos e testes, fabricando instrumentos e maquinários, deu início às operações com ajuda de 900 homens, 140 cavalos, uma infinidade de roldanas e centenas de metros de corda. No dia determinado para reerguer na Praça de São Pedro o grande bloco de pedra, 10 de setembro de 1586, os habitantes de Roma acorreram em massa para presenciar essa façanha de engenharia. Visando evitar vozerios e agitações prejudiciais às delicadas manobras, as autoridades impuseram a todos, espectadores e obreiros, a proibição de pronunciar qualquer palavra... sob pena de morte! Domenico Fontana, o único autorizado a falar, deu ordem para pôr em ação a complexa aparelhagem de andaimes, cordas e roldanas. Ouviam-se apenas os gemidos de esforço dos trabalhadores, o relinchar dos cavalos, o tamborilar de suas patas sobre o solo e o ranger das cordas esticadas. Vagarosa e solenemente, ia-se erguendo o obelisco... Mas, a certa altura, uma preocupante fumaça começou a desprender-se das cordas de cânhamo, aquecidas pelo esforço a que estavam sendo submetidas. Algumas já estavam prestes a se romper, tornando iminente o desastre. Embora todos sentissem o perigo, ninguém pronunciava palavra, temendo a sentença de morte. Nesse momento de suprema aflição, um dos assistentes, o Capitão Benedetto Bresca, desafiando temerariamente a pena capital, pôs-se a gritar com possante voz: "Acqua alle funi! - Água nas cordas!". Marinheiro experimentado, sabia que o cânhamo se enrijece e contrai ao ser molhado, e esse era o único meio de impedir a queda do monólito.Enquanto a guarda prendia o Capitão Bresca, Domenico Fontana bradava ordens para jogar imediatamente água nas cordas, que logo recuperaram sua resistência. E o obelisco, para alegria dos romanos, endireitou-se sobre sua base coroando com êxito, os meses de planejamento e esforços do arquiteto.No meio da exultação geral, o Capitão Bresca compareceu diante do Papa, não para receber a sentença de morte, mas sim profundas manifestações de agradecimento. Com efeito, Sisto V, já informado do ocorrido, fez questão de recompensá-lo por sua ousadia e pela oportunidade de sua advertência.Em prêmio à nobre e intrépida atitude deu-lhe o direito de hastear em seu navio a bandeira pontifícia. Além disso, concedeu à sua família e à sua cidade natal, Bordighera, o privilégio de fornecer, de modo exclusivo, as palmas para a celebração do Domingo de Ramos na Basílica do Vaticano, tradição que, 425 anos depois, ainda se conserva. (da Revista Arautos do Evangelho, Out/2011, n. 118, p. 50-51) Também nós,quando estamos reerguendo alguém caído, as cordas podem aquecer demais e precisamos água - a água da Graça de Deus. "Acqua alle funi! - Água nas cordas!" Obelisco de São Pedro: também é agulha de imenso relógio solar Sim, o obelisco no meio da Praça de São Pedro é um ponteiro solar que indica com toda precisão o meio-dia e os solstícios (os dias mais longos e curtos do ano em 21/22 de junho e 21/22 de dezembro). Portanto, o início do inverno e do verão no Hemisfério Norte, e em sentido contrário, no Sul. Praça São Pedro Vaticano Italy Cruz bizantina-grega "Ó Deus, para que salvar a todos dispusestes que o vosso Filho morresse na cruz, a nós que conhecemos na terra este mistério, dai-nos colher no céu os frutos da redenção.Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo." "A Cruz permanece intacta enquanto o mundo dá suas órbitas" Montanha das Cruzes alcança três metros de altura . Lituania The size and variety of crosses is as amazing as their number. Beautifully carved out of wood or sculpted from metal, the crosses range from three meters tall to the countless tiny examples hanging profusely upon the larger crosses. An hour spent upon the sacred hill will reveal crosses brought by Christian pilgrims from all around the world. Rosaries, pictures of Jesus and the saints, and photographs of Lithuanian patriots also decorate the larger crosses. On windy days breezes blowing through the forest of crosses and hanging rosaries produces a uniquely beautiful music. http://sacredsites.com/europe/lithuania/hill_of_crosses.html Siauliai Lituania The Hill of Crosses Nos dias de brisa percorrendo a floresta de cruzes, as cruzes de madeira, de bronze e milhares de rosários que balançam produzem uma única e linda melodia. Imagem da Maria Rainha e as cruzes que foram depositadas no local pelos peregrinos do mundo inteiro. Siauliai Lituania Referências: Liturgia das Horas http://www.wga.hu/ http://www.ecclesia.com.br/ http://www.aascj.org.br/home/2011/10/11/o-destino-da-santa-cruz-de-nosso-senhor-jesus-cristo/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+boletim-ultima-semana+%28Boletim+Sagrado+Cora%C3%A7%C3%A3o%29 http://www.ebay.com/itm/Etiopia-Dipinto-religioso-sacra-Ethiopian-Painting-/360320462688?pt=Quadri&hash=item53e4c5ef60 http://casalbuqrq.blogspot.com/2011/01/obelisco-no-vaticano-e-dedicado-ao.html http://www.arautos.org/imprimir/30489.html http://sn108w.snt108.mail.live.com/mail/InboxLight.aspx?n=1631868111#n=351728605&fid=1&fav=1&mid=ca9aa7e9-3a81-11e1-be5c-00215ad73d12&fv=1 http://paramedicgoldengirl.blogspot.com/search/label/Saints http://iconografiascristas.blogspot.com/search/label/Cruz http://artereligiao.blogspot.com.br/2011_12_01_archive.html http://ecclesia.com.br/news/2012/?p=9491 http://sacredsites.com/europe/lithuania/hill_of_crosses.html http://zephyrinus-zephyrinus.blogspot.com.br/ texto: Oração das Horas
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