Me dei conta que até hoje, nunca escrevi sobre a beldroega aqui no blog. Por alguma razão devo ter feito o texto em algum outro lugar, e ele se foi para sempre. Com flores, cedo pela manhã. A beldroega é uma PANC famosa e que provavelmente você deve ter ouvido falar, já. Ou já deve ter visto em algum lugar, porque ela é bem fácil de identificar. Em inglês, não são incomuns as receitas com a purslane, assim como na América latina, é uma verdura conhecida sobre o nome de verdolaga. É bem famosa pelo seu alto conteúdo de ômega-3, incomum para uma verdura folhosa - esses valores são mais comuns para sementes, castanhas e alguns frutos, mas incomum para folhosas. Fora isso, tem ótimos valores de potássio, magnésio, cobre, e até sete vezes mais vitamina A que a cenoura. Muitos nutrientes numa planta tão pequena, não? Nascendo no meio do jardim. Consegue encontrar? Acho que seu uso mais popular é na Grécia, sob o nome de andrakla, numa salada refrescante com azeitonas, queijo feta, cebolas e tomates. Combina também com saladas ácidas e molhos a base de iogurte. Em portugal, entra em ensopados, mas sua textura fica meio molenga. Eu pessoalmente gosto em saladas, com tomates e um fio de azeite, porque são crocantes e ácidas e contrastam bem numa salada refrescante. A beldroega tem uma característica curiosa: seu metabolismo, denominado CAM, é bem peculiar, e faz com que ela durante as primeiras horas da manhã seja mais crocante e mais ácida, e ao decorrer do dia, fica mais macia (perde água) e menos ácida (usa os ácidos no processo de fotossíntese). É só chover e elas aparecem nas frestas das calçadas. As sementes são muito, mas muito pequenas, então elas ficam presas nos pequenos espaços nas calçadas, e se forem expostas à umidade e sol, germinam alegremente. E a planta se propaga sozinha: as sementes ficam numa pequena capsula em forma de capuz, e ao menor toque, despencam rumo ao chão. As flores são amarelas, mas só duram algumas horas e não tem nenhum valor ornamental. Em poucos dias, elas aparecem. Sementes minusculamente negras. Note o "capuz". Para colher sementes, é fácil. Providencie uma folha de papel branca e coloque sob a planta. Basta chacoalhar os brotos, apertando os "capuzes", e coletar as minúsculas sementes pretas. As folhas são redondas e pequenas, e a planta nasce rente ao chão, caso o ambiente seja seco e ensolarado. Nascendo junto de outras plantas, as ramas ficam eretas e crescem em direção ao sol. Ela não tem exigência de solo, tolerando ambientes arenosos e muito secos, e mesmo solos argiloso e compactos. Só não tolera encharcamento. Cresce formando uma rede de tapetes, e você pode ir colhendo os brotos que outros virão. Ah, antes que eu esqueça. Pode ser consumida crua ou cozida, na salada, no suco e na sopa. Refogada, ela some, então é preciso colher uma boa quantidade. Começando a ramificar. GUIA DE IDENTIFICAÇÃO Portulaca oleracea. Herbácea suculenta, muito ramificada, sem pelos, com ramos prostados ou eretos, com altura de até 30cm. Folhas simples, arredondadas, formando rosetas na ponta dos ramos, por onde surgem as flores. Lamina foliar verde brilhante, grossa, de 0,5cm a 3cm de comprimento. Flores solitárias, de pequeno porte, formadas por 5 pétalas amarelas, e se abrem apenas pela manhã. LOCAL DE OCORRÊNCIA Calçadas, solos recém carpinados, solos expostos, solos arenosos, locais ensolarados. FORMA DE PREPARO Crua ou cozida, em saldas, refogados, sopas e sucos. Pela manhã é mais ácida.