Como já por cá ando há uns tempinhos, já há muito percebi que a vida dá muitas voltas e que não há como escapar à ironia do destino. Também já percebi que rir é o melhor remédio e, portanto, quase sempre encaro com um se-não-fosse-cómico-era-trágico!!! Eu estive, praticamente, dezassete anos em Bragança. Na primeira década e picos concorria para me aproximar da minha terra natal - Braga. Por uma questão de estabilidade, fomos leccionando no nordeste transmontano. Ironia do destino, assim que desisti do litoral, começou a ser difícil ficar colocado em Bragança! Os anos foram rolando e depois de algumas cambalhotas decidimos vir para baixo. Ironia do destino, no ano em que desço, surgem duas vagas para mim no centro da cidade de Bragança. Deixa-me rir! Sabes que mais, ironia do destino? Já não faz diferença. Tarde de mais. Respondo-te com um sorriso grande. De marmita em frente ao mar, de pés descalços na areia molhada em tardes de inverno, de caminhadas e bicicladas em família por uma marginal deslumbrante, de céus estrelados rasgados pela faixa intermitente do farol, de refeições e trabalhos de casa feitos na mesa do terraço, de um filho que marca mais golos nesta equipa e de uma filha que aprendeu a andar de patins ao vento. Respondo-te de sorriso nos lábios cheios da proximidade do meu velho pai da minha mana cúmplice do meu afilhado docinho. Somos livres. O destino pode soprar com ironia que a gente, como já cá anda há uns tempinhos, já aprendeu a ser feliz na mesma.