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Scarlet Muse - Prostitutes and Photography
Photographer Benedict J Fernandez describes photographing the tumultuous years of protest movements in America in the Sixties
Em 1928, o fotógrafo Clifton R. Adams foi contratado pela National Geographic para documentar a vida na Inglaterra. Nas belas fotografias em autochromes de Adams, é possível ver o país pós 1ª Guerra Mundial. O Autochrome foi o principal processo para se obter fotografias a cores durante o início do século XX, especialmente na década de 1930, …
Circa 1910. Leonid Nikolaievich Andreyev ( 21 August/9 August 1871, Oryol – September 12, 1919, Mustamäki), Russian playwright, nove...
Henrique, Duque de Viseu Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa Henrique Casa Avis Nascimento 4 de março de 1394 Porto, Reino de Portugal Morte 13 de novembro de 1460 (66 anos) Sagres (Vila do Bispo), Reino de Portugal Enterro Mosteiro da Batalha Pai João I de Portugal Mãe Filipa de Lencastre Religião Catolicismo romano Painel Infante D Henrique. O Infante Dom Henrique de Avis, 1.º duque de Viseu e 1.º senhor da Covilhã(Porto, 4 de março de 1394 – Sagres, 13 de novembro de 1460),[1] foi um infanteportuguês e a mais importante figura do início da era das descobertas, popularmente conhecido como Infante de Sagres ou O Navegador. Os seus restos mortais encontram-se sepultados no Mosteiro da Batalha. Índice 1Biografia 2Referências 3Bibliografia 4Ver também 5Ligações externas Biografia[editar | editar código-fonte] Retrato tido como mostrando o Infante D. Henrique, pois não apresenta o sulco nasogeniano prolongado que o infante D. Pedro teria, além dos cabelos brancos que o caracterizavam. Pormenor do políptico de São Vicente de Nuno Gonçalves, c. 1470 O sonho do Infante, por José Malhoa Infante D. Henrique nasceu numa quarta-feira na cidade do Porto, Portugal, no dia então considerado pouco propício ao nascimento de uma criança. Era o quinto filho de João I de Portugal, fundador da Dinastia de Avis, e de Dona Filipa de Lencastre. Foi batizado alguns dias depois do seu nascimento, tendo sido o seu padrinho o bispo de Viseu. Os seus pais deram-lhe o nome Henrique possivelmente em honra do seu tio materno, o duque Henrique de Lencastre (futuro Henrique IV de Inglaterra). Pouco se sabe sobre a vida do infante até aos seus catorze anos. Tanto ele como os seus irmãos (a chamada Ínclita geração) tiveram como aio um cavaleiro da Ordem de Avis. Em 1414, convenceu seu pai a montar a campanha para a conquista de Ceuta, na costa norte-africana junto ao estreito de Gibraltar. A cidade foi conquistada em Agosto de 1415[2], assegurando ao reino de Portugal o controlo das rotas marítimas de comércio entre o Atlântico e o Levante. Na ocasião foi armado cavaleiro e recebeu os títulos de Senhor da Covilhã e duque de Viseu. A 18 de fevereiro de 1416, foi encarregado do governo de Ceuta. Cabia-lhe organizar, no reino, a manutenção daquela praça-forte em Marrocos. Em 1418, regressou a Ceuta na companhia de D. João, seu irmão mais novo. Os infantes comandavam uma expedição de socorro à cidade, que sofreu nesse ano o primeiro grande cerco, imposto conjuntamente pelas forças dos reis de Fez e de Granada. O cerco foi levantado, e D. Henrique tentou de imediato atacar Gibraltar, mas o mau tempo impediu-o de desembarcar: manifestava-se assim uma vez mais a temeridade e fervor antimuçulmano do Infante. Ao regressar a Ceuta recebeu ordens de seu pai para não prosseguir tal empreendimento, pelo que retornou para o reino nos primeiros meses de 1419. Aprestou por esta época uma armada de corso, que atuava no estreito de Gibraltar a partir de Ceuta. Dispunha assim de mais uma fonte de rendimentos e, desse modo, muitos dos seus homens habituaram-se à vida no mar. Mais tarde, alguns deles seriam utilizados nas viagens dos Descobrimentos. Entre 1419 e 1420 alguns dos seus escudeiros, João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, desembarcaram nas ilhas do arquipélago da Madeira, que já eram conhecidas por navegadores portugueses desde o século anterior. As ilhas revelaram-se de grande importância, vindo a produzir grandes quantidades de cereais, minimizando a escassez que afligia Portugal. O arquipélago foi doado a D. Henrique por Duarte I de Portugal, sucessor de D. João I, em 1433. Em 25 de maio de 1420, D. Henrique foi nomeado Governador da Ordem de Cristo (titular em Portugal do património da Ordem dos Templários), cargo que deteve até ao fim da vida. No que concerne ao seu interesse na exploração do oceano Atlântico, o cargo e os recursos da ordem foram decisivos ao longo da década de 1440. Em 1427, os seus navegadores descobriram as primeiras ilhas dos Açores (possivelmente Gonçalo Velho). Também estas ilhas desabitadas foram depois povoadas pelos portugueses. Até à época do Infante D. Henrique, o cabo Bojador era para os europeus o ponto conhecido mais meridional na costa de África. Gil Eanes, que comandou uma das expedições, foi o primeiro a ultrapassá-lo (1434), eliminando os medos então vigentes quanto ao desconhecido que para lá do cabo se encontraria. Aquando da morte de D. João I, o seu filho mais velho (e irmão de D. Henrique), D. Duarte subiu ao trono, e entregou a este um quinto de todos os proveitos comerciais com as zonas descobertas bem como o direito de explorar além do cabo Bojador. O reinado de D. Duarte durou apenas cinco anos, após o qual, D. Henrique apoiou o seu irmão D. Pedro na regência, durante a menoridade do sobrinho D. Afonso V, recebendo em troca a confirmação do seu privilégio. Procedeu também, durante a regência, ao povoamento dos Açores. Com um novo tipo de embarcação, a caravela, as expedições adquiriram um grande impulso. O cabo Branco foi atingido em 1441 por Nuno Tristão e Antão Gonçalves. A Baía de Arguim em 1443, com consequente construção de uma feitoria em 1448. Brasão de armas de D. Henrique. Dinis Dias chegou ao rio Senegal e dobrou o Cabo Verde em 1444. A Guiné foi visitada. Assim, os limites a sul do grande deserto do Saara foram ultrapassados. A partir daí, D. Henrique cumpriu um dos seus objectivos: desviar as rotas do comércio do Saara e aceder às riquezas na África Meridional. Em 1452 a chegada de ouro era em suficiente quantidade para que se cunhassem os primeiros cruzados nesse metal. Entre 1444 e 1446, cerca de quarenta embarcações partiram de Lagos. Na década de 1450 descobriu-se o arquipélago de Cabo Verde. Data dessa época a encomenda de um mapa-múndi do Velho Mundoa Fra Mauro, um monge veneziano. Em 1460, a costa estava já explorada até ao que é hoje a Serra Leoa. Entretanto, D. Henrique estava também ocupado com assuntos internos do Reino. Julga-se ter patrocinado a criação, na Universidade de Coimbra, de uma cátedra de astronomia e filosofia. Foi também um dos principais organizadores da conquista de Tânger em 1437, que se revelou um grande fracasso, já que o seu irmão mais novo, D. Fernando (o Infante Santo) ficou refém em Marrocos, até à sua morte em 1443, como garantia da devolução de Ceuta que nunca veio a acontecer. A sua reputação militar sofreu um revés e os seus últimos anos de vida foram dedicados à política e à exploração. O Infante morreu solteiro, sem alguma vez ter tido mulher ou filhos. Deixou como seu principal herdeiro o seu sobrinho (e filho adoptivo), em bens, cargos e títulos, o segundo filho de seu irmão o rei D. Duarte já falecido, o Infante D. Fernando, duque de Beja, e que a partir dessa altura passa a ser Duque de Viseu tal como ele e a dirigir os Descobrimentos portugueses para o Reino de Portugaltal como o seu tio. Realeza Portuguesa Casa de Avis Descendência João I[Expandir] Duarte I[Expandir] Afonso V[Expandir] João II[Expandir] Manuel I[Expandir] João III[Expandir] Sebastião I[Esconder] Henrique I[Esconder] Referências Ir para cima↑ João Cardini (1806). «Epithome da vida do Infante D. Henrique. Gravura: buril e ponteado, p&b; 23,2x15,5 cm (matriz)». Biblioteca Nacional de Portugal. Consultado em 17 de agosto de 2013. Ir para cima↑ DUARTE, Luís Miguel (2015). Ceuta 1415. [S.l.: s.n.] Bibliografia[editar | editar código-fonte] ALBUQUERQUE, Luís de. Dicionário de história dos descobrimentos portugueses. Lisboa: Círculo de Leitores, 1994. DOMINGUES, Mário. O Infante D. Henrique. Lisboa: Romano Torres, 1957. RUSSELL, Peter. Prince Henry ´the Navigator´a Life. New Haven: Yale University Press, 2000. ISBN 0-300-08233-9 Descobrimentos portugueses Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa Planisfério de Cantino (1502), a mais antiga carta náutica portuguesa conhecida, mostrando o resultado das viagens de Vasco da Gama à Índia, Colombo à América Central, Gaspar Corte Real à Terra Nova e Pedro Álvares Cabral ao Brasil, com meridiano de Tordesillas assinalado. Biblioteca estense universitária de Modena. Os descobrimentos portugueses foram o conjunto de conquistas realizadas pelos portugueses em viagens e explorações marítimas entre 1415 e 1543que começaram com a conquista de Ceuta em África. Os descobrimentos resultaram na expansão portuguesa e deram um contributo essencial para delinear o mapa do mundo, impulsionados pela Reconquista e pela procura de alternativas às rotas do comércio no Mediterrâneo. Com estas descobertas os portugueses iniciaram a Era dos Descobrimentos europeusque durou do século XV até ao XVII e foram responsáveis por importantes avanços da tecnologia e ciência náutica, cartografia e astronomia, desenvolvendo os primeiros navios capazes de navegar em segurança em mar aberto no Atlântico. Deve-se, todavia, referir que a construção naval chinesa produzia no século XV navios com 120 m de comprimento, tais como os da frota do almirante Zheng He e das suas 7 expedições no Oceano Indico no intervalo de 1402 a 1435. Embora com antecedentes no reinado de D. Dinis (1279) e nas expedições às Ilhas Canárias do tempo de D. Afonso IV, é a partir da conquista de Ceuta em 1415, que Portugal inicia o projecto nacional de navegações oceânicas sistemáticas[1] que ficou conhecido como "descobrimentos portugueses". Terminada a Reconquista, o espírito de conquista e Cristianização dos povos muçulmanos subsistia. Os portugueses dirigiram-se então para o Norte de África, de onde tinham vindo os mouros que se haviam estabelecido na Península Ibérica. Avançando progressivamente pelo Atlântico ao longo das costas do continente africano, passaram o Cabo da Boa Esperança e entraram no Oceano Índico movidos pela procura de rotas alternativas ao comércio Mediterrânico. Chegaram à Índia em 1498, simultaneamente exploraram o Atlântico Sul e aportaram nas costas do Brasil em 1500, navegando no extremo da Ásia chegaram à China em 1513 e ao Japão em 1543. As expedições prolongaram-se por vários reinados, desde o tempo das explorações na costa africana e americana impulsionadas pelo regente D. Pedro, duque de Coimbra e o Infante D. Henrique, filhos de D. João I, e mais o seu sobrinho D. Infante D. Fernando, duque de Viseu, até à ao projeto da descoberta de um caminho marítimo para a Índia no reinado de D. João II, culminando com o do D. Manuel I a altura em que império ultramarino português fica consolidado. Índice 1Antecedentes 1.1Motivações 2Primeiras expedições no Atlântico 2.1A ilha da Madeira 2.2Os Açores 2.3A costa oeste de África 3A ligação do Atlântico com o Índico 4Tratado de Tordesilhas e o domínio do Atlântico Sul 5A chegada à Índia 6Chegada ao Brasil 6.1Explorações secretas e Duarte Pacheco Pereira 6.2O Livro de Marinharia de João de Lisboa 7Chegada às Molucas, China e ao Japão 8Descobrimentos e explorações portuguesas 9Estados atuais 10Ciência náutica portuguesa 11Ver também 12Ligações externas 13Referências 14Bibliografia Antecedentes[editar | editar código-fonte] Com a Reconquista concluída, Dinis I de Portugal interessou-se pelo comércio externo, organizando a exportação para países europeus. Em 1293 instituiu a chamada Bolsa dos Mercadores, um fundo de seguro marítimo para os comerciantes portugueses que viviam no Condado da Flandres, que pagavam determinadas quantias em função da tonelagem, que revertiam em seu benefício se necessário. Vinho e frutos secos do Algarve eram vendidos na Flandres e na Inglaterra, sal das regiões de Lisboa, Setúbal e Aveiroeram exportações rentáveis para o Norte da Europa, além de couro e Kermes, um corante escarlate. Os portugueses importavam armaduras e armas, roupas finas e diversos produtos fabricados da Flandres e da Itália[2]. Carta Régia do Rei D. Dinis, datada de 1 de Fevereiro de 1317, nomeando o genovês Manuel Pessanha como primeiro Almirante do Reino. Em 1317 D. Dinis fez um acordo com o navegador e mercador genovês Manuel Pessanha(Emanuele Pessagno), nomeando-o primeiro almirante da frota real com privilégios comerciais com seu país, em troca de vinte navios e suas tripulações, com o objetivo de defender as costas do país contra ataques de pirataria (muçulmana), lançando as bases da Marinha Portuguesa e para o estabelecimento de uma comunidade mercante genovesa em Portugal[3]. Obrigados a reduzir suas atividades no Mar Negro, os mercadores da República de Génova tinham-se voltado para o comércio norte Africanode trigo, azeite (também fonte de energia) e ouro - navegando até aos portos de Bruges(Flandres) e Inglaterra. Genoveses e florentinos estabeleceram-se então em Portugal, que lucrou com a iniciativa e experiência financeira destes rivais da República de Veneza. Na segunda metade do século XIV, surtos de peste bubónica levaram a um grave despovoamento: a economia era extremamente localizada em poucas cidades e a migração do campo levou ao abandono da agricultura e ao aumento do desemprego nas povoações. Só o mar oferecia alternativas, com a maioria da população fixada nas zonas costeiras de pesca e comércio.[4] Entre 1325 e 1357 D. Afonso IV de Portugal concedeu o financiamento público para levantar uma frota comercial e ordenou as primeiras explorações marítimas, com apoio de genoveses, sob o comando de Manuel Pessanha. Em 1341 as ilhas Canárias, já conhecidas dos genoveses, foram oficialmente descobertas sob o patrocínio do rei Português[5]. A sua exploração foi concedida em 1338 a mercadores estrangeiros, mas em 1344 Castela disputou-as, concedendo-as ao castelhano D. Luís de la Cerda. No ano seguinte, Afonso IV enviou uma carta ao Papa Clemente VI referindo-se às viagens dos portugueses às Canárias e protestando contra essa concessão. Nas reivindicações de posse, sucessivamente renovadas pelos dois povos, prevaleceu, no final, a vontade do rei de Castela sobre estas ilhas. Em 1353 foi assinado um tratado comercial com a Inglaterra para que os pescadores portugueses pudessem pescar nas costas inglesas, abrindo assim caminho para o futuro Tratado de Windsor em 1386. Em 1380 foi criada a Companhia das Naus, uma bolsa de seguros marítimos e, em 1387 há notícia do estabelecimento de mercadores do Algarve em Bruges. Em 1395, D. João I emitiu uma lei para regular o comércio dos mercadores estrangeiros. Há unanimidade dos historiadores em considerar a conquista de Ceuta como o início da expansão portuguesa, tipicamente referida como os Descobrimentos. Foi uma praça conquistada com relativa facilidade, por uma expedição organizada por D. João I, em 1415. A aventura ultramarina ganharia grande impulso através da acção do Infante D. Henrique, reconhecido internacionalmente como o seu grande impulsionador, e continuada pelo seu sobrinho e protegido Infante D. Fernando, duque de Beja e Viseu. Motivações[editar | editar código-fonte] Representação do Preste João no trono, mapa da África oriental no Queen Mary's Atlas, Diogo Homem, 1558, Museu Britânico Até ao século XIX, considerava-se como única a que a motivação reino português para as conquistas africanas em Marrocos tinha sido de ordem religiosa e espírito de cruzada. O cronista Gomes Eanes de Zurara refere-se nesse sentido que os Infantes tinham as suas razões, os letrados as suas, mas a decisão cabia ao rei D. João I. Diz assim: “Eu não o teria por vitória, nem o faria em boa verdade, ainda que soubesse cobrar todo o mundo por meu, se não sentisse que em alguma maneira era serviço de Deus”[6]. O motivo religioso, sobrepondo-se a todos os outros, foi como tal apontado, entre outros, por João de Barros, Luís de Camões, Gil Vicente. Sem falarmos no papel dos reis portugueses na Reconquista da Península Ibérica e independentemente de nos apercebermos todo um pensamento de acordo com uma época que mantinha os valores da Cavalaria medieval, que já vinha detrás, a provar está o consentimento e bênção do papado dado ao pedido D. Dinis para combater os corsários mouros e ao de D. Duarte, em 1436, nas intervenções de ocupação de território sarraceno, infiel e ímpio, junto do Norte de África. Daí as sucessivas bulas da Cruzada que se lhe seguiram e foram dirigidas ao Reino de Portugal e à portuguesa templária Ordem de Cristo[7]. Isto para consentir e agradecer toda a intervenção nesse sentido da conquista de os territórios "nullius diocesis" (sem diocese apostólica) para aumentar o número de cristãos e o seu prestígio. Entre outras, temos a bula Apostolice Sedis emitida em 23 de Maio de 1320 pelo Papa João XXII; a Etsis suscepti, em 1442; a Dum diversas, em 18 de Junho de 1452; logo depois a Romanus Pontifex em 8 de Janeiro de 1455 1454, enviadas pelo Papa Nicolau V; e mais tarde surge a bula Inter cætera, em 4 de Maio de 1493, pelo Papa Calisto III. As importantes rotas comerciais da seda e das especiarias, bloqueadas pelos Otomanos em 1453 com a queda de Constantinopla motivaram a procura de um caminho marítimo pelo Atlântico, contornando a África Mas havia também outras razões para a conquista de Ceuta, mais de um século depois resumidas pelo carmelita Frei Amador Arrais, ligando-as à acção de D. Afonso IV na Batalha do Salado - “El-Rei Dom João o primeiro, começou a conquista de África, tomãdo Septa, Baluarte da Cristandade, & Chave de toda Hespanha, Porta do comércio do poente para levante." Os muçulmanos dominavam o estreito de Gibraltar e eram poderosos em Granada. Pela sua posição geográfica, Ceuta era uma base naval que podia servir de apoio à navegação entre a península itálica e Portugal, permitindo também reprimir ou tolher a pirataria dos mouros nas costas do Atlântico. No século XX, houve historiadores que julgaram o passado com as preocupações do presente, considerando a primazia do interesse económico: procurar acesso directo a fontes de fornecimento de trigo, de ouro ou de escravos no norte de África. Mas houve também historiadores, como David Lopes, rebatendo essa tese: "Ainda que Ceuta tivesse importância como centro de comércio, a sua conquista por cristãos desviaria dela o tráfico muçulmano" [8], As conquistas de Marrocos, porém, sob o impulso do Infante D. Henrique, vieram a dar lugar aos descobrimentos. Segundo Gomes Eanes de Zurara, na Crónica do descobrimento e conquista da Guiné (Capítulo VII), as expedições organizadas pelo Infante tinham cinco motivações: (1ª) conhecer a terra além das Canárias e do cabo Bojador; (2ª) trazer ao reino mercadorias; (3ª) saber até onde chegava o poder dos muçulmanos; (4ª) encontrar aliados que o pudessem ajudar numa guerra que durava há trinta e um anos; (5ª) e trazer para a fé de Cristo todas as almas que se quisessem salvar. Se, com o Infante, ao avançar pela costa de África na direcção do sul, parece haver sobretudo a intenção de envolver pela retaguarda o grande poderio islâmico, adversário da Cristandade (uma estratégia militar e diplomática tributária do espírito das Cruzadas), a crescente intervenção dos "cavaleiros-mercadores" (Magalhães Godinho) nos reinados de D. Afonso V e D. João II, acabará por levar a expansão portuguesa até ao Oriente em busca das especiarias. Em 1453, com a tomada de Constantinopla pelos Otomanos, as trocas comerciais no Mediterrâneo de Veneza e de Génova ficaram muito reduzidas. O proveito de uma rota comercial alternativa mostrava-se recompensador. Portugal iria ligar directamente as regiões produtoras das especiarias aos seus mercados na Europa. Quando se firma o projecto da descoberta do caminho marítimo para a Índia, a expansão portuguesa sem esquecer a vertente religiosa está também já dominada pelo interesse comercial. Primeiras expedições no Atlântico[editar | editar código-fonte] O Infante D. Henrique, o Navegador, personifica a gesta dos descobrimentos[9] A conquista de Ceuta em 1415 é geralmente referida como o início dos "descobrimentos Portugueses". Nela participaram os infantes D. Duarte, D. Pedro e o Infante D. Henrique que a partir de então dirige as primeiras expedições no Atlântico, como investimento do Reino de Portugal através da templária Ordem de Cristo e do seu próprio património pessoal. As primeiras navegações estão associadas à sua figura a partir da base que, saindo do porto de Castro Marimque tinha sido a primeira sede da referida ordem militar e da qual ele era o grão-mestre, estabeleceu em Lagos e na Sagres, onde foi acompanhado por um grupo de cartógrafos, astrónomos e pilotos. Além dos interesses materiais, o príncipe ambicionava ao estabelecer uma aliança com o Preste João, um príncipe cristão que governava as terras da Etiópia. Graças a essa aliança, pensava-se recomeçar as Cruzadas, mas numa escala planetária, alcançar o Paraíso (o Éden) do qual esse rei africano era o guardião, e expulsar os muçulmanos da Terra Santa para alcançar a Idade do Ouro e Jerusalém Celeste. Após a conquista os infantes foram armados cavaleiros pelo rei. Por trás deste movimento, como dirigente governativo, estava o seu irmão Infante D. Pedro, 1.° duque de Coimbra assim como um grupo vasto de religiosos cristão e judeus, mercadores e armadores profissionais, interessados e participantes nas navegações, responsáveis por uma série importante de iniciativas a que o navegador aderiu. Entre eles o seu aventureiro sobrinho navegador, Infante D. Fernando, duque de Beja, pai de D. Manuel I, que deu toda a continuidade a esses intentos. As rotas henriquinas (c.1430-1460): ventos (verde), correntes (azul) e rotas (vermelho). Quanto mais para Sul, maior a volta necessária para regressar A ilha da Madeira[editar | editar código-fonte] Em 1418, ainda no reinado de D. João I, e sob comando do Infante D. Henrique dá-se o redescobrimento da ilha de Porto Santo por João Gonçalves Zarco e mais tarde da ilha da Madeirapor Tristão Vaz Teixeira. Trata-se de um redescobrimento pois já havia conhecimento da existência dessas ilhas no século XIV, segundo revela a cartografia da mesma época, principalmente em mapas italianos e catalães. Tratava-se de ilhas desabitadas que, pelo seu clima, ofereciam possibilidades de povoamento aos Portugueses e reuniam condições para a exploração agrícola. Os arquipélagos da Madeira e das Canárias despertaram, desde cedo, o interesse tanto dos Portugueses como dos Castelhanos; por serem vizinhos da costa africana, representavam fortes potencialidades económicas e estratégicas. A disputa destes territórios deu origem ao primeiro conflito ibérico motivado por razões expansionistas que só terminou com a assinatura do Tratado das Alcáçovas-Toledo em 1479. Os Açores[editar | editar código-fonte] Em 1427, dão-se os primeiros contactos com o arquipélago dos Açores por Diogo de Silves. Ainda nesse ano é descoberto o grupo oriental dos Açores, São Miguel e Santa Maria. Segue-se o descobrimento do grupo central -Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial). Em 1452 o grupo ocidental (Flores e Corvo) é descoberto por Diogo de Teive. A costa oeste de África[editar | editar código-fonte] Mapa da costa oeste africana representando a feitoria da "A mina", século XVI Em 1434 Gil Eanes contornou o Cabo Bojador, dissipando o terror que este promontório inspirava. No ano seguinte, navegando com Afonso Gonçalves Baldaia descobriram Angra de Ruivos e este último chegou ao Rio de Ouro, no Saara Ocidental. Entretanto, após a derrota portuguesa de Tânger em 1437, os portugueses adiaram o projecto de conquistar o Norte de África[10]. Já na regência de D. Afonso V, em 1441 Antão Gonçalves foi incumbido de descobrir o Rio do Ouro. Fez os primeiros cativos africanos: um homem de cor parda a que os portugueses chamavam de azenegues e uma moura negra. No mesmo ano, Nuno Tristão chegou ao Cabo Branco. Juntamente com Antão Gonçalves fizeram incursões ao referido Rio do Ouro, de onde foi obtido ouro em pó e alguns escravos, a primeira grande captura. A partir de então ficou generalizada a convicção de que essa área da costa africana poderia, independentemente de novos avanços, sustentar uma actividade comercial capaz de responder às necessidades de numerário que, em Portugal, como em toda a Europa, se fazia sentir. Em 1456, Diogo Gomesdescobre Cabo Verde e segue-se o povoamento das ilhas ainda no século XV[11] . Em 1455 é emitida a bula Romanus Pontifex do Papa Nicolau V confirmando as explorações portuguesas e declarando que todas as terras e mares descobertos a sul do Bojador e do cabo são pertença dos reis de Portugal, que poderá cobrar impostos sobre a navegação e comércio. No ano seguinte chegava a Bristol o primeiro carregamento de açúcar provindo da ilha da Madeira. Em 1460, Pêro de Sintra atinge a Serra Leoa. Nesse ano faleceu o Infante D. Henrique. Após a sua morte, a missão é atribuída temporariamente ao seu sobrinho, o Infante D. Fernando (filho de D.Duarte), já aqui referido. Em 1469, Afonso V, Rei de Portugal dadas as poucas receitas da exploração, concedeu o monopólio do comércio no Golfo da Guiné ao mercador de Lisboa Fernão Gomes, contra uma renda anual de 200.000 réis[12]. Segundo João de Barros, ficava aquele «honrado cidadão de Lisboa» com a obrigação de continuar as explorações, pois o exclusivo era garantido com «condição que em cada um destes cinco anos fosse obrigado a descobrir pela costa em diante cem léguas, de maneira que ao cabo do seu arrendamento desse quinhentas léguas descobertas»[13]». Este avanço, do qual não há grandes pormenores, teria começado a partir da Serra Leoa, onde haviam já chegado Pedro de Sintra e Soeiro da Costa. Com a colaboração de navegadores como João de Santarém, Pedro Escobar, Lopo Gonçalves, Fernão do Pó e Pedro de Sintra, Fernão Gomes fê-lo mesmo para além do contratado. Com o seu patrocínio, os portugueses chegaram ao Cabo de Santa Catarina, já no Hemisfério Sul. João de Santarém e Pêro Escobar exploraram a costa setentrional do Golfo da Guiné, atingindo a «minha de ouro» de Sama (actualmente Sama Bay), a costa da Mina, a de Benin, a do Calabar e a do Gabão e as ilhas de São Tomé e Príncipe e de Ano Bom[14]. Quando as expedições chegaram a Elmina na Costa do Ouro, em 1471[15], encontraram um florescente comércio de ouro. Seguiram-se outros navegadores como Soeiro da Costa (que deu nome ao rio Soeiro), Fernão do Pó (que descobriu a ilha Formosa(em África), que ficou conhecida posteriormente pelo seu nome), João Vaz Corte-Real, que em 1472 descobriu a Terra Nova, e em 1473 Lopo Gonçalves (cujo nome se transmitiu ao Cabo Lopo Gonçalves, hoje conhecido por Cabo Lopez) ultrapassou o Equador. Em 1474, D. Afonso V entregou ao seu filho, o príncipe D. João, futuro D. João II, com apenas dezanove anos, a organização das explorações por terras africanas. Mais tarde, em 1481, o rei confirmou a missão do príncipe em novo diploma: «…sabemos certo que ele dá, per si, e per seus oficiais, mui boa ordem à navegação destes trautos e os governa mui bem.». Assim que lhe foi entregue a política de expansão ultramarina, D. João organizou a primeira viagem de Diogo Cão. Este fez o reconhecimento de toda a costa até à região do Padrão de Santo Agostinho. Em 1485, Diogo Cão levou a cabo uma segunda viagem até à Serra Parda. Há notícias de carregamentos de açúcar da Madeira serem entregues em Rouen (1473) e Dieppe (1479). Em 1479, buscando proteger o investimento resultante das descobertas, Portugal negociou com Castela o Tratado das Alcáçovas-Toledo, estabelecendo a paz e concertando a política externa Atlântica dos dois reinos rivais: Portugal obtinha o reconhecimento do seu domínio sobre a ilha da Madeira, o Arquipélago dos Açores, o de Cabo Verde e a costa da Guiné, enquanto que Castela recebia as ilhas Canárias, renunciando a navegar ao Sul do cabo Bojador, ou seja, do Paralelo 27 no qual se encontravam. O tratado dividia as terras descobertas e a descobrir por um paralelo na altura das Canárias, dividindo o mundo em dois hemisférios: a norte, para a Coroa de Castela; e a sul, para a Coroa de Portugal. Preservavam-se, desse modo, os interesses de ambas as Coroas, definindo-se, a partir de então, os dois ciclos da expansão: o chamado ciclo oriental, pelo qual a Coroa portuguesa garantia o seu progresso para o sul e o Oriente, contornando a costa africana (o chamado "périplo africano"); e o que se denominou posteriormente de ciclo ocidental, pelo qual Castela se aventurou no oceano Atlântico, para oeste até ao Novo Mundo. Em 1482 dá-se a construção da Fortaleza de São Jorge da Mina e, no ano seguinte, Diogo Cão chega ao rio Zaire. A Fortaleza de São Jorge da Mina e a cidade foram construídos em 1482 em redor da indústria do ouro[16]. Com os lucros deste comércio, Fernão Gomes auxiliou o monarca na conquista de Arzila, Alcácer Ceguer e Tânger. Além da aquisição do ouro e malagueta, o comércio escravagista oferecia boas perspectivas de lucro[17]. A ligação do Atlântico com o Índico[editar | editar código-fonte] Em 1487, D. João II envia Afonso de Paiva e Pêro da Covilhã em busca do Preste João e de informações sobre a navegação e comércio no Oceano Índico. Nesse mesmo ano, Bartolomeu Dias, comandando uma expedição com três Caravelas, atinge o Cabo da Boa Esperança. Estabelecia-se assim a ligação náutica entre o Atlântico e o Oceano Índico. O projecto para o caminho marítimo para a Índia foi delineado por D. João II como medida de redução dos custos nas trocas comerciais com a Ásia e tentativa de monopolizar o comércio das especiarias. A juntar à cada vez mais sólida presença marítima portuguesa, D. João almejava o domínio das rotas comerciais e expansão do reino de Portugal que já se transformava em ImpérioPorém, o empreendimento não seria realizado durante o seu reinado. Seria o seu sucessor, D. Manuel I que iria designar Vasco da Gama para esta expedição, embora mantendo o plano original. Porém, este empreendimento não era bem visto pelas altas classes. Nas Cortes de Montemor-o-Novo de 1495 era bem patente a opinião contrária quanto à viagem que D. João II tão esforçadamente havia preparado. Contentavam-se com o comércio da Guiné e do Norte de África e temia-se pela manutenção dos eventuais territórios além-mar, pelo custo implicado na expedição e manutenção das rotas marítimas que daí adviessem. Esta posição é personificada na personagem do Velho do Restelo que aparece, n'Os Lusíadasde Luís Vaz de Camões, a opor-se ao embarque da armada. Em 1492, Abraão Zacuto é expulso da Espanha por ser judeu, vindo viver para Portugal, trazendo consigo as tábuas astronómicas que ajudariam os navegadores portugueses no mar. Tratado de Tordesilhas e o domínio do Atlântico Sul[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: Tratado de Tordesilhas Meridiano de Tordesilhas (rosa) de 1494 e o seu antimeridiano (verde) estabelecido pelo Tratado de Saragoça em 1529. Face à chegada de Cristóvão Colombo à América no mesmo ano 1492, segue-se a promulgação de três bulas papais - as Bulas Alexandrinas - que concediam a Espanha o domínio dessas terras. Cientes da descoberta de Colombo, os cosmógrafos portugueses argumentaram que a descoberta se encontrava em terras portuguesas. D. João II consegue uma renegociação, mas só entre os dois Estados, sem a intervenção do Papa, propondo estabelecer um paralelo das Ilhas Canárias. Os castelhanos recusaram a proposta inicial, mas prestaram-se a discutir o caso. Reuniram-se então os diplomatas em Tordesillas. Como resultado das negociações, foi assinado em 7 de Junho de 1494 o Tratado de Tordesilhas entre Portugal e Castela. Este tratado estabelecia a divisão do Mundo em duas áreas de exploração: a portuguesa e a castelhana, cabendo a Portugal as terras "descobertas e por descobrir" situadas antes da linha imaginária que demarcava 370 léguas (1.770 km) a oeste das ilhas de Cabo Verde, e à Espanha as terras que ficassem além dessa linha.[18] Em princípio, o tratado resolvia os conflitos que seguiram à descoberta do Novo Mundo por Cristóvão Colombo e garantia a Portugal o domínio das águas do Atlântico Sul, essencial para a manobra náutica então conhecida como volta do mar, empregada para evitar as correntes marítimas que empurravam para norte as embarcações que navegassem junto à costa sudoeste africana, permitindo a ultrapassagem do cabo da Boa Esperança. A chegada à Índia[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: Descoberta do caminho marítimo para a Índia Viagem de Vasco da Gama (a preto) e as viagens anteriores de Pêro da Covilhã(laranja) e Afonso de Paiva (azul), com o caminho percorrido antes de se separarem a verde. Nos anos que se seguiram à assinatura do Tratado de Tordesilhas (1494) Portugal prosseguiu no seu projecto de alcançar a Índia, o que foi finalmente alcançado pela frota de Vasco da Gama, na sua primeira viagem de 1497-1499. Mantendo o plano de D. João II, o rei D. Manuel I mandou aparelhar as naus e escolheu Vasco da Gama, cavaleiro da sua casa, para capitão desta armada. Segundo o plano original, D. João II teria designado seu pai, Estêvão da Gama, para chefiar a armada; mas a esta altura já ambos tinham falecido. A 8 de Junho de 1497 iniciou-se a expedição semi-planetária que terminaria dois anos depois com a entrada da nau Bérrio pelo rio Tejo adentro, trazendo a boa-nova. Neste dia parte do Restelo a armada chefiada por Vasco da Gama. Tratava-se de uma expedição comportando três embarcações. É a partir da viagem de Vasco da Gama que se introduzem as naus. A 20 de Maio de 1498 Vasco da Gama chega a Calecute. Estabelecia-se assim o caminho marítimo para a Índia. Chegada ao Brasil[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: Descobrimento do Brasil Rota seguida por Pedro Álvares Cabral em 1500 (em vermelho) e a rota de retorno (em azul). Em 1499, após o retorno de Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral foi nomeado capitão-mor da armada que se dirigiria à Índia. A sua missão era a de estabelecer relações diplomáticas e comerciais com o Samorim, promovendo a imagem de Portugal e instalando um entreposto comercial ou feitoria, retornando com o máximo de mercadorias. A sua foi a mais bem equipada armada do século XV, integrada por dez naus e três caravelas, transportando de 1.200 a 1.500 homens, entre funcionários, soldados e religiosos. Era integrada por navegadores experientes, como Bartolomeu Dias e Nicolau Coelho, tendo partido de Lisboa a 9 de março de 1500, após missa solene na ermida do Restelo, à qual compareceu o Rei e toda a Corte. Mas Pedro Álvares Cabral, por alturas de Cabo Verde, desvia-se da rota. Tendo-se afastado da costa africana, a 22 de abril de 1500, após quarenta e três dias de viagem, avistou o Monte Pascoal no litoral sul da Bahia. No dia seguinte, houve o contato inicial com os indígenas. A 24 de abril, seguiu ao longo do litoral para o norte em busca de abrigo, fundeando na atual baía de Santa Cruz Cabrália, nos arredores de Porto Seguro, onde permaneceu até 2 de maio. Carta a El Rei D. Manuelescrita por Pero Vaz de Caminha descrevendo as terras brasileiras achadas na expedição de Pedro Álvares Cabral. Cabral tomou posse, em nome da Coroa portuguesa, da nova terra, a qual denominou de "Ilha de Vera Cruz" (mais tarde Terra de Santa Cruz e finalmente Brasil - face à abundante existência de madeira pau-brasil), e enviou uma das embarcações menores com a notícia, inclusive a Carta de Pero Vaz de Caminha, de volta ao reino. Retomou então a rota de Vasco da Gama rumo às Índias. Ao cruzar o cabo da Boa Esperança, perderam-se quatro dos navios, entre os quais o de Bartolomeu Dias, navegador que o descobrira em 1488. Diogo Dias contava entre os navegadores experientes da frota de Pedro Álvares Cabral na segunda armada à Índia. É citado na Carta do Achamento do Brasil de Caminha como «homem gracioso e de prazer». A 10 de Agosto de 1500, após ter dobrado o cabo da Boa Esperança, separou-se do resto da expedição devido aos ventos, e descobriu uma ilha a que deu o nome de São Lourenço, mais tarde designada Madagáscar. Sua embarcação se perdeu durante a tormenta, e acabou sendo o primeiro capitão português a viajar pelo mar Vermelho. Incapaz de prosseguir rumo à Índia, retornou a Portugal, onde chegou com apenas sete homens. A armada de Pedro Álvares Cabral chega a Calecute em 1501, onde ocorrem confrontos com o Samorim, com o qual acaba por romper relações. Assim, dirige-se para Sul e estabelece uma feitoriaem Cochim. Explorações secretas e Duarte Pacheco Pereira[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: Duarte Pacheco Pereira A expedição de Pedro Álvares Cabral viria a abrir uma polémica historiográfica acerca do "acaso" ou da "intencionalidade" da descoberta. Note-se que uma das testemunhas que assinaram o Tratado de Tordesilhas por Portugal foi Duarte Pacheco Pereira, um dos nomes ligados a um suposto descobrimento do Brasil pré-Cabralino. Embora não existam evidências concretas a sustentar qualquer das hipóteses, certo é que por esta data já se tinha, na Europa, o conhecimento da existência de terras a leste da linha do Tratado de Tordesilhas. O Livro de Marinharia de João de Lisboa[editar | editar código-fonte] Ver também: João de Lisboa Globo de João de Lisboa - excerto do Livro de Marinharia (assinado 1514) Acerca da importância deste livro de marinharia diz Francisco Adolfo de Varnhagen [19] Consignemos porém de passagem que com o Magalhães ia o piloto portuguez João de Lisboa, que já no Brazil havia estado antes, e que escreveu um livro sobre marinharia, cujo aparecimento seria talvez de trascendente importancia para a historia geographica. O Livro de Marinharia de João de Lisboa (c.1470-1525) tem 1514 como única data inscrita pelo autor [20], e apresenta um notável globo terrestre, em representação polar, cuja execução coloca em causa todo o conhecimento marítimo à época da sua morte. Nesse mapa, para além de contornos muito precisos de toda a América, nomeadamente do Estreito de Magalhães, incluem-se menções explícitas ao Japão e à Nova Guiné. Acresce um mapa da América Central e Peru que torna evidente a presença de castelos portugueses na área de influência inca, territórios que depois seriam ocupados pelos espanhóis, de acordo com a divisão de Tordesilhas. [21] Chegada às Molucas, China e ao Japão[editar | editar código-fonte] Carraca Portuguesa em Nagasaki, cidade fundada pelos portugueses no Japão em 1570. Painel japonês do período Nanban, século XVII Em 1510 Afonso de Albuquerque conquistou Goa, na Índia e pouco depois, em 1511, Malaca, na Malásia. Simultaneamente investiu esforços diplomáticos com os mercadores do sudeste asiático, como os chineses, na esperança de que estes fizessem eco das boas relações com os portugueses. Conhecendo as ambições siamesas sobre Malaca, imediatamente enviou Duarte Fernandes em missão diplomática ao Reino do Sião (actual Tailândia), onde foi o primeiro europeu a chegar viajando num junco chinês que retornava à China, estabelecendo relações amigáveis entre os reinos de Portugal e do Sião[22]. Ainda em Novembro desse ano, ao tomar conhecimento da localização secreta das chamadas "Ilhas das Especiarias", ordenou a partida dos primeiros navios portugueses para o sudeste asiático, comandado pelo seu homens de confiança António de Abreu e por Francisco Serrão, guiados por pilotos malaios. Estes são os primeiros europeus a chegar às Ilhas Banda nas Molucas. A nau de Serrão encalhou próximo a Ceram e o sultão de Ternate, Abu Lais, entrevendo uma oportunidade de aliar-se com uma poderosa nação estrangeira, trouxe os tripulantes para Ternate em 1512. A partir de então os portugueses foram autorizados a erguer uma fortificação-feitoria na ilha, na passagem para o oceano Pacífico: o Forte de São João Baptista de Ternate. Em 1513, partindo de Malaca (actual Malásia) Jorge Álvares atinge o Sul da China. A esta visita seguiu-se o estabelecimento de algumas feitorias portuguesas na província de Cantão, onde mais tarde se viria a estabelecer o entreposto de Macau. De acordo com os registos disponíveis, foi o primeiro europeu a alcançar e visitar o território que actualmente é Hong Kong. As novas rotas comerciais estabelecidas pelos os descobrimentos, ligando Lisboa a Nagasaki (1580-1640) e a rota rival espanhola, o galeão de Manila, iniciada em 1565 (branco) Em 1543, Francisco Zeimoto, António Mota e António Peixoto são os primeiros portugueses a atingir o Japão. Terão aportado ao Japão a 23 de Setembro, tendo sido este primeiro contacto de europeus com o Japão, relatado pelo cronista Fernão Mendes Pinto. Segundo este, a ilha de Tanegashima teria sido o primeiro lugar visitado pelos portugueses, que espantaram os autóctones não só com o relato de terras e costumes que tinham visto como com a novidade das armas de fogo, visto que o conhecimento da pirobalística ainda não tinha chegado ao Japão. A chegada dos portugueses deu origem ao período de comércio Nanban (os portugueses eram designados por Nanban-jin, denominação que significa «bárbaros do sul»), durante o qual uma intensa interação com os poderes europeus ocorreu tanto a nível econômico como religioso. Descobrimentos e explorações portuguesas[editar | editar código-fonte] Descobrimentos, viagens e explorações portuguesas: datas e primeiros locais de chegada de 1415-1543, principais rotas no Oceano Índico (azul), territórios portugueses no reinado de D. João III (verde) Estados atuais[editar | editar código-fonte] Os descobrimentos Portugueses marcaram a primeira presença dos europeus, chegando pelos Oceanos, entre os primórdios do Século XV e a primeira metade do Século XVI, em muitos dos actuais países. Os portugueses foram os pioneiros nos países: América do Norte - Canadá (Terra Nova e Labrador) América do Sul - Brasil Oceania - Austrália, Papua-Nova Guiné, Vanuatu África (litoral atlântico e ilhas) - Marrocos (e Saara Ocidental), Mauritânia, Senegal, Gâmbia, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné, Serra Leoa, Libéria, Costa do Marfim, Gana, Benim, Nigéria, Camarões, Guiné Equatorial, Gabão, São Tomé e Príncipe, Angola, Namíbia, África do Sul. África (Litoral índico e ilhas) - Moçambique, Madagascar, Tanzânia, Maurícia, Comores, Quênia, Somália Ásia - Iêmem (Kamaran, Socotra), Omã, Bahrein, Irão (Ormuz), Índia (Goa, Damão e Diu, Dadrá e Nagar-Aveli, Calicute, etc.), Sri-Lanka (antigo Ceilão), Maldivas, Tailândia (Sião), Malásia, Indonésia, Timor-Leste, Ilha Formosa (Taiwan), China, Japão. Ilhas diversas pertencentes a países europeus - Canárias (ESP); Açores e Madeira (POR); Ascensão, Santa Helena (território) e Tristão da Cunha (RU) As Filipinas, as possessões Marianas Setentrionais (EUA) e a Polinésia Francesa (FRA) foram descobertas por um português a serviço da Espanha, Fernão de Magalhães, durante a sua viagem de circum-navegação. Ciência náutica portuguesa[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: Ciência Náutica Portuguesa A Caravela Vera Cruz nos 150 Anos da A.N.L. As sucessivas navegações e a experiência acumulada dos pilotos levaram a uma evolução bastante rápida da ciência náutica portuguesa, tendo a investigação criado uma elite de astrónomos, navegadores, matemáticos e cartógrafos, entre os quais se destacaram Pedro Nunes com os estudos sobre a forma de determinar as latitudes por meio dos astros e D. João de Castro. Navios Até ao século XV os portugueses praticavam a navegação de cabotagem utilizando a barca e o barinel, embarcações pequenas e frágeis de um mastro com vela quadrangular fixa, usadas nas primeiras viagens às ilhas Canárias, Madeira e Açores, e no litoral africano até Arguim, na actual Mauritânia. Mas que não conseguiam dar resposta às dificuldades no avanço para Sul, como os baixios, os ventos fortes e as correntes marítimas desfavoráveis, sendo substituídas pelas caravelas. A caravela foi o navio que marcou os descobrimentos portugueses, resultando do aperfeicoamento de embarcações já usadas na faina da pesca. Era e ágil e de navegação mais fácil, com uma tonelagem entre 50 a 160 toneladas e 1 a 3 mastros com velas latinas triangulares que permitiam bolinar. A pouca capacidade de carga e tripulação eram os seus principais inconvenientes, mas que não obstaram ao seu sucesso. Entre as caravelas famosas estão a Bérrio e a Caravela Anunciação. Armada portuguesa de 1507, Livro de Lisuarte de Abreu Com a passagem das navegações costeiras às oceânicas também as naus se desenvolveram de forma assinalável em Portugal. "Nau" era o sinónimo arcaico de navio de grande porte, destinado essencialmente a transportar mercadorias. Devido à pirataria que assolava a costa, passaram a ser utilizadas na marinha de guerra. Foram introduzidas as bocas-de-fogo, que levaram à classificação das naus segundo o poder de artilharia. À medida que se foi desenvolvendo o comércio marítimo, foram sendo modificadas as suas características. A capacidade aumentou das duzentas toneladasno século XV até às quinhentas. As naus eram imponentes e tinham, em geral, duas cobertas, castelos de proa e de popa, dois a quatro mastros e velas sobrepostas. Na carreira da Índia no século XVI foram também usadas as carracas, naus de velas redondas e borda alta com três mastros que atingiam 2000 toneladas. Navegação astronómica Tábua astronómica do Almanach Perpetuum de Abraão Zacuto, 1496. No século XIII era já conhecida a navegação astronómicaatravés da posição solar. Para a navegação astronómica os portugueses, como outros europeus, recorriam a instrumentos de navegação árabes, como o astrolábio e o quadrante, que aligeiraram e simplificaram. Inventaram outros, como a balestilha, para obter no mar a altura do sol e outros astros, como o Cruzeiro do Sul descoberto após a chegada ao hemisfério Sul por João de Santarém e Pêro Escobar em 1471, que iniciaram a navegação guiada por esta constelação. Mas os resultados variavam conforme longo do ano, o que obrigava a correcções. Para isso os portugueses utilizaram tabelas de inclinação do Sol, as Tábuas astronómicas, preciosos instrumentos de navegação em alto-mar, que conheceram uma notável difusão no século XV. Quando se introduziram na náutica as observações astronómicas que a revolucionaram, em particular a observação de altura meridiana do Sol para com o conhecimento da declinação solar, se poder calcular a latitude do lugar, recorreu-se às tábuas Almanach Perpetuum, do astrónomo Abraão Zacuto, publicadas em Leiria em 1496, que foram utilizadas, juntamente com o seu astrolábio melhorado, por Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral. Técnicas de navegação Mapa mostrando a localização das principais correntes e ventos oceânicos giratórios Além da exploração do litoral foram feitas também viagens para o mar largo em busca de informações meteorológicas e oceanográficas (foi nestes trajectos que se descobriram os arquipélagos da Madeira e dos Açores, o Mar dos Sargaços). O conhecimento do regime de ventos e correntes do Atlântico e a determinação da latitude por observações astronómicas a bordo, permitiu a descoberta da melhor rota oceânica de regresso de África: cruzando o Atlântico Central até à latitude dos Açores, aproveitando os ventos e correntes permanentes favoráveis, que giram no sentido dos ponteiros do relógio no hemisfério norte devido à circulação atmosférica e ao efeito de Coriolis, facilitando o rumo directo para Lisboa e possibilitando assim que os portugueses se aventurassem cada vez para mais longe da costa, manobra que ficou conhecida como "volta da Mina", ou "Volta do mar". Cartografia A mais antiga Rosa dos ventos com Flor-de-lis da carta de marear de Pedro Reinel de 1504 Pensa-se que Jehuda Cresques, filho do cartógrafo catalão Abraão Cresques terá sido um dos notáveis cartógrafos ao serviço do Infante D. Henrique. Contudo a mais antiga carta de marear portuguesa assinada é um portulano de Pedro Reinel de 1485 representando a Europa Ocidental e parte de África, que reflecte as explorações efectuadas pelo navegador Diogo Cão ao longo da costa africana. Reinel foi também autor da primeira carta náutica conhecida com uma indicação de latitudes em 1504 bem como da primeira representação da rosa-dos-ventos. Com o seu filho, Jorge Reinel e o cartógrafo Lopo Homem, participou na elaboração do atlasconhecido por Atlas de Lopo Homem-Reinés ou Atlas de Miller'', de 1519. Foram considerados dos melhores cartógrafos do seu tempo, a ponto do imperador Carlos V os desejar a trabalhar para si. Em 1517 o rei D. Manuel I de Portugal passou a Lopo Homem, cartógrafo e cosmógrafo português, um alvará que lhe dava o privilégio de fazer e emendar todas as agulhas (bússolas) dos navios. Na terceira fase da antiga cartografia náutica portuguesa, caracterizada pelo abandono da influência de Ptolemeu na representação do Oriente e por uma melhor precisão na representação das terras e continentes, destaca-se Fernão Vaz Dourado (Goa ~1520 — ~ 1580), cuja obra apresenta extraordinária qualidade e beleza, conferindo-lhe a reputação de um dos melhores cartógrafos de seu tempo. Muitas de suas cartas são de grande escala. Ver também[editar | editar código-fonte] O Commons possui uma categoriacontendo imagens e outros ficheiros sobre Descobrimentos portugueses Ciência Náutica Portuguesa Cronologia dos descobrimentos portugueses Descoberta do Brasil Descoberta do caminho marítimo para a Índia Navegadores de Portugal Era dos Descobrimentos Padrão dos Descobrimentos Espada preta de bordo Padrão Real Ligações externas[editar | editar código-fonte] A Expansão portuguesa no século XV, por João Silva de Sousa, O Portal da História, 2010-2012 Navegações Portuguesas, Instituto Camões - Estado Português Carreira da Índia, sítio de relatos e testemunhos da história dos Descobrimentos, a par de algumas páginas da chamada “Literatura de viagens” Vídeo em português sobre o descobrimento português do Brasil. Exige Real Player Ver mais em WIKIPÉDIA
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Nicholas Mottola Jacobsen
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Lo que da de sí mi curiosidad. Hurgando entre las imágenes de Pintarest descubrí hace unos días un cuadro de Joaquín Sorolla que me llamó la atención. La razón de que me detuviera en él es que se trataba de una obra bellísima que no había visto antes. A lo que se sumaba que el tema tratado era inequívocamente mediterráneo y veraniego, pero no era la típica imagen de playa. Era un retrato intimista de sus hijas, María y Elena, que me fascinó por el ambiente recreado. Las niñas posaban adormiladas por la calorina de la tarde en unas hamacas a la sombra del emparrado de un patio florido. El cuadro en cuestión tenía un título lo suficientemente expresivo: La siesta. Inmediatamente quise saber algo más del mismo y me puse en la búsqueda. En este artículo narro lo que dio de sí la indagación y todas las derivadas que me sugirió, algunas que continué y otras que dejo abiertas para futuros artículos. Joaquín Sorolla. Autorretrato, 1904. Esta es la imagen del pintor con 41 años, uno de sus años más prolíficos y sin duda de madurez en su estilo. El cuadro datos técnicos. De primeras aquí va el cuadro y su descripción técnica. Joaquín Sorolla. La siesta en el jardín, 1904. Óleo sobre lienzo, 66 x 96.5 cm. Propiedad de una colección privada norteamericana. ¿Qué es lo que he podido averiguar sobre tan bello cuadro? Anécdotas y el fin de ciertas ideas preconcebidas sobre el pintor. Lo primero es que al parecer fue pintado en Alcira (Valencia) en el verano de 1904, en la casa que el pintor alquiló para que su familia disfrutara en su tierra mientras él realizaba cerca su campaña de pintura. Sorolla llevaba desde comienzos de la década de 1890 especializándose en temas de playa y de la vida y costumbres de los marineros y sus familias. Para estar cercano y no perder el tiempo vivía con ellos y pasaba las horas del día pintando al natural junto al mar de Valencia, normalmente en las playa de El Cabañal o La Malvarosa (cercanas a la ciudad valenciana) o en Jávea (Alicante). Su familia en algunas ocasiones se quedaba en Madrid y en otras le acompañaba a la playa. Este año en concreto, el pintor decidió que se alojaran en una casa rural de un pueblo del interior de la provincia, Alcira, porque se le había detectado la enfermedad de la tuberculosis a su hija mayor, María, la que aparece estirándose en la hamaca. Allí los tenía a pocos kilómetros y podía acercarse en cualquier momento. Joaquín Sorolla, 1904. Mediodía en la playa de Valencia. Óleo sobre lienzo, 64 x 97 cm. colección privada. En el siguiente cuadro vemos el trabajo de Sorolla en ese verano e incluso como una fotografía casual podemos apreciar la sombrilla que le guardaba del sol mientras pintaba. Investigando en la red, he encontrado que las malas lenguas afirman que ésta no fue la única razón para queSorolla tuviera a su familia separada de su lugar de trabajo este año. En el libro "Sorolla a Xávia", editado por la Generalitat Valenciana en 1998 con la colaboración del Ministerio de Cultura -con textos de Florencio de Santa-Ana, director del Museo de Sorolla; Francisco Pons-Sorolla, heredero del pintor, y el periodista Abelardo Muñoz-, se revelan anécdotas de la vida del pintor que me pusieron en la pista. En él se menciona que en 1905 el pintor tuvo que salir precipitadamente de Jávea, donde realizaba su campaña de verano, porque el celoso novio deuna criada, un agente carabinero, se enteró de que Sorolla filtreaba con ella y le llegó a disparar. Tras esta anécdota se revelaba una faceta oculta que en cierta manera venía a desmitificar la adoración absoluta que todo el mundo suponía del pintor por su esposa Clotilde. Joaquín Sorolla, 1904. Bebiendo del botijo. Óleo sobre lienzo 150 x 98 cm. Otro apunte rápido de la vida cotidiana del verano de 1904. El cuadro siempre se ha interpretado como una madre dando de beber a su hijo, ahora puede tener otras lecturas. Indagando algo más, supe que desde hace años hay una mujer que reivindica su supuesta descendencia de Sorolla y que justificaría la separación de la familia en estos meses de verano. Según ella, su abuela, Carmen Fossati, tuvo un hijo del pintor el año 1905. En 1904 Carmen era una jovencita muy bella, hija del alcalde del pueblo de pescadores de El Cabañal (Pueblo Nuevo del Mar), en cuya casa se venía alojando el pintor cuando pintaba en la costa. Sorolla no llegó a legitimar al niño, pero sí que lo reconoció al pasar una pensión para su educación durante años. Joaquín Sorolla, 1904. La hora del baño. Cuadro realizado en El Cabañal. Las niñas. Los hijos del pintor. El cuadro es un vergel, uno de esos cuadros de jardines que gusta pintar a Sorolla, pero es a la vez otro de sus temas favoritos: un retrato de sus hijas María y Elena, en aquel momento de 14 y 9 años respectivamente. Toda la familia estaba acostumbrada a posar para el padre que no se cansaba de retratarles. Ese mismo año realiza uno de sus grandes retratos de los mismos, incluido también su hijo Joaquín de 11, posando en su estudio que supone un homenaje tanto a Las Meninas de Velázquez como a las hijas de Boit de Sargent. El varón mira desafiante y orgulloso, demostrando bien a las claras su carácter de "príncipe mimado de la casa". Las niñas son un golpe de color rojo. La cara de María se ilumina y nos deja ver su bello rostro ya afilado por la tuberculosis que padece. La pequeña se muestra aburrida de posar. El cuadro que nos ocupa es más espontáneo, es un apunte del natural en el que sus hijas han sido captadas como en una fotografía. De hecho, el encuadre escogido recorta las piernas de María y valora mucho más el contexto del jardín, que a las propias niñas amodorradas en ese espacio entre el sol y la sombra. Se trata de captar la atmósfera de una calurosa tarde de verano en lo que lo único que apetece es dejarse llevar por el sueño. Pero también es un retrato en el que podemos reconocer perfectamente los rasgos físicos y la actitud de ambas niñas ¡Hasta repiten los lazos coleteros rojos en ambos retratos! María tiene la mirada perdida y cuelga sus brazos por encima de la cabeza insinuándonos una personalidad soñadora e inteligente, muy apasionada. María seguirá a su padre y con el paso del tiempo se convertirá en pintora. Elena todavía es muy niña, pero resulta graciosa, y de nuevo apoya su cabeza en el brazo mientras cierra los ojos. También será artista, pero optará por la escultura. Joaquín Sorolla con su familia. Su mujer Clotilde y sus hijos: María Clotilde, la mayor; Joaquín, el varón; y Elena, la pequeña. La foto sería de en torno a 1904 y posiblemente fue hecha en el estudio del pintor cuando vivían en la calle Miguel Ángel de Madrid. Calidades técnicas del cuadro. El impresionismo luminista. La Siesta ofrece una visión encantadora y elocuente de un estilo que no encaja exactamente en el impresionismo y, a su vez, desde el punto de vista temático de varios géneros de Sorolla: el paisaje, el tema de jardín, el retrato al aire libre, el retrato de sus hijos y la captación de un momento de la vida cotidiana e íntima, en esta ocasión, de la burguesía, de la infancia,... de su propia familia. Desde que participó en la Exposición Universal de París de 1900 parece que su estilo se separa del realismo académico con un toque social y se decanta por un impresionismo tardío. Mucha influencia tuvo la amistad que entablará en este evento con pintores como el norteamericano John Singer Sargent y el sueco Anders Zorn, con quienes compartirá muchos elementos estilísticos (luz, pincelada, temática) y la admiración que sienten por Velázquez. En este cuadro Sorolla despliega todas las posibilidades de la luz y el color mediterráneo. El cielo se intuye vaporoso por la calima a través de una pincelada rápida en diagonal donde hay mucho toque de blanco sobre el azul celeste. La vegetación se muestra vibrante y muy clara donde le da el sol y de colores fuertes y contrastados en sus sombras. Uvas, flores y hojas se muestran exuberantes contagiando alegría a través de los armónicos tonos. La vista en detalle de las pinceladas es un goce para los sentidos por lo que me permito poner estos detalles. El cuadro es sorprendente por la riqueza de matices de color y por recrear a la perfección la atmósfera perezosa de una tarde de verano en las que se busca la sombra para pasar el sopor en el que se entra tras la comida. El sol cae a plomo, ni siquiera las hojas del emparrado le detienen. El pintor interpreta magistralmente este momento como un impresionista dando toques luminosos de blanco sobre hamacas, vestidos y suelo. Las sombras se disuelven en morados y verdes. La piel de las niñas también se modela mediante el contraste violento de las luces y las sombras. Al fondo, la valla se inflama con toques de amarillo claro sobre el ocre tostado. Los otros cuadros del año 1904. Nuestro cuadro de La siesta resulta excepcional en el contexto de lo que pinta Sorolla ese verano, principalmente, niños y las actividades de los pescadores en la playa de El Cabañal. Uno de los más bellos podría ser éste donde todo parece bullicio y alegría en el grupo de niñas que corren por la arena o el otro grupo de niños que saltan entre las olas. sin embargo, los adultos no disfrutan del momento: a las mujeres jóvenes ya se les ha pasado el tiempo de jugar en la playa y ahora atienden a sus hijos. Joaquín Sorolla. Verano, 1904. Óleo sobre lienzo, 149 × 252 cm. Museo Nacional de Bellas Artes de La Habana, Cuba. El lienzo del joven pescador que tenemos debajo es el mejor ejemplo que sintetiza la obra del pintor en esta campaña: uno de los rituales diarios de la comunidad de pescadores trasladando el pescado para venderlo y, de fondo, los niños que chapotean inocentemente en el mar. Lo que une a nuestro cuadro con estos de la playa es el sol valenciano que inunda toda la composición con destellos en la piel del niño, en las escamas de los peces de la cesta y en la espuma de las olas y la infancia. Joaquín Sorolla. Joven pescador, Valencia. 1904. Óleo sobre lienzo, 76 x 106 cm. En la mirada de reojo que echa el joven pescador hacia los niños que disfrutan entre las olas se insinúa una cierta melancolía. El pescador sabe que en unos pocos años se les acabara el juego para pasar a tener que realizar su duro trabajo. Sorolla al realizar este cuadro pensaría posiblemente en sus propios hijos, puesto que su hijo Joaquín podría tener aproximadamente la misma edad que el niño pescador. Es muy probable que en esos momentos le preocupara el futuro de su familia: ¿Qué es lo que le deparará a sus hijos, a su esposa Clotilde y a sí mismo? Este pensamiento seguro que también animó la visión intimista de La siesta donde sus hijas dormitan despreocupadas ¿Qué pasará con su hija enferma? Creo que esta temporada el pintor asume el compromiso de que tiene que asegurarles el porvenir. Joaquín Sorolla amparando a su familia. Elena algo desplazada en el extremo del sofá. Clotilde en el centro corrigiendo u opinando sobre el ¿dibujo? de su hija María. Y los dos Joaquines de pie observando. La foto puede ser de 1902-1903. El éxito económico. La gran exposición de París de 1906. Hasta ese momento Sorolla no se puede quejar de cómo ha devenido su carrera artística. Cuando realiza La siesta en el jardín y todos estos magníficos cuadros del año 1904 ya es un pintor de cierta fama y tiene en su haber una larga lista de medallas y premios nacionales e internacionales, aunque todavía no ha conseguido el éxito económico definitivo. La experiencia parisina de 1900 le proporcionó, además de amistades artísticas, los contactos profesionales que le darán la oportunidad de ampliar su clientela en el mercado internacional del arte. Su objetivo a partir de 1904 será conseguir un gran éxito internacional de ventas. Para ello necesita multiplicar la obra que pueda exponer en una futura exposición. El taller de Sorolla en la calle Miguel Ángel 6, con los cuadros más recientes que esperan ser embalados para marchar a la exposición individual de París en la Galería Georges Petit. 1906. En la imagen podemos ver varios de los cuadros que ya hemos ido presentando que se realizaron en 1904. La ocasión vendrá en 1906 cuando una de las galerías más prestigiosas de París, la de Georges Petit, le ofrece la posibilidad de realizar una muestra individual, la primera de su carrera. La siesta fue una de las casi 500 obras (exactamente 497 entre lienzos y dibujos sobre distintos formatos) que Sorolla llevó a París. 1906, Catalogo original de la primera exposición solitario en París by Alfredo La Revista del Ateneo de Madrid (Julio 1906) recoge el éxito de público, crítica y ventas: "(...) lo allí vendido. A los ocho días de inaugurada, importó el valor de las adquisiciones 200.000 francos. Después, a la expresada suma, según fidedignos informes, hay que añadir unos 150.000 más. Esto se comprende y se justifica, teniendo presente los precios alcanzados por algunos lienzos. Por dos de ellos ha pagado 35.000 francos D. Pedro Gil, 20.000 por uno que se titula El Cabo de San Antonio, y 15.000 por un retrato de la hija del pintor. Además, el marqués de Casa Riera, por la primorosa Bendición de la barca, 25.000; D. Ivo Bosch, 5.000 por un boceto, y 20.000 por la ejecución de su retrato, que Sorolla pintará en Biarritz, a toda luz, este verano." El futuro estaba asegurado. Joaquín Sorolla inaugura su exposición individual en París. Foto y artículo que le dedica el Heraldo de Madrid el 12 de Junio de 1906. Entre los cuadros vendidos en París en 1906 se encontraba La siesta en el jardín que fue comprado directamente del pintor por una admiradora, Lavinia Steward. Esta y sus herederos lo mantuvieron fuera de la exposición pública durante más cien años, saliendo a la luz para ser subastado en Sotheby´s de Nueva York en noviembre de 2009, alcanzando un precio final de 2.882.500 dólares. Una cifra astronómica hoy y que hubiera hecho muy feliz a Sorolla si hubiera obtenido el equivalente en 1906.
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